O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, manifestou-se de forma contundente, acusando a Rússia de atrasar as negociações de paz após uma conversa de duas horas entre Donald Trump e Vladimir Putin.
A declaração foi feita na terça-feira (20), em um cenário de desconfiança crescente em relação a um possível cessar-fogo entre as partes envolvidas.
Zelensky criticou a Rússia, afirmando que o Kremlin está a “ganhar tempo” enquanto continua a realizar ataques em território ucraniano. O líder ucraniano reiterou a sua disposição para negociar uma trégua incondicional, independentemente do local das conversações, mencionando opções como o Vaticano ou a Turquia.
A situação permanece tensa, com a Ucrânia a sofrer novos ataques nocturnos, incluindo o lançamento de mais de cem drones russos sobre várias regiões do país. Zelensky denunciou as condições impostas por Moscovo, considerando-as “irrealistas”, e sublinhou que, segundo a Constituição ucraniana, é inaceitável aceitar a perda de qualquer território, incluindo a península da Crimeia e as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia, que estão sob ocupação russa.
O presidente ucraniano destacou que milhões de cidadãos ainda residem nestas áreas, o que reforça a legitimidade da sua posição. Também fez referência à questão humanitária, mencionando uma conversa anterior com Trump sobre a troca de mil prisioneiros de guerra, negociada em Istambul no dia 16 de Maio. Apesar dos esforços, Trump afirmou ainda não ter certeza se a Ucrânia está preparada para avançar nas negociações.