Internacional UNITA anuncia protestos contra a nomeação do novo presidente da CNE

UNITA anuncia protestos contra a nomeação do novo presidente da CNE

A UNITA, principal partido da oposição em Angola, anunciou a convocação de manifestações em resposta às “ameaças” do regime em relação aos direitos e liberdades dos cidadãos, numa acção que surge após a posse do novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel Pereira dos Santos, conhecido como “Manico”.

Durante uma conferência de imprensa realizada em Luanda, Liberty Chiaka, presidente da bancada parlamentar da UNITA, informou que as manifestações serão organizadas por Adalberto Costa Júnior, líder do partido, e convidou “todos os patriotas angolanos” a participar, citando preocupações com a preservação das garantias fundamentais dos cidadãos.

A decisão de convocar protestos ocorre após a UNITA ter abandonado uma sessão plenária da Assembleia Nacional na qual Manuel Pereira dos Santos tomou posse, sob a alegação de que a sua nomeação não deveria proceder enquanto um processo que questiona a legalidade do Regulamento do Concurso Curricular está pendente no Tribunal Constitucional.

A UNITA alega que o concurso, que resultou na escolha de “Manico”, estava “viciado” e que a sua idoneidade é questionada por diversos sectores da sociedade.

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Chiaka expressou preocupação com o facto de que Manuel Pereira dos Santos já teria enfrentado sindicâncias e inquéritos devido a indícios de improbidade pública durante o seu tempo como membro da Comissão Provincial Eleitoral de Luanda.

“Não temos dúvidas de que a tomada de posse do Dr. Manuel Pereira da Silva confere uma falsa legitimidade à sua nomeação, além de emprestar uma imagem de isenção e integridade que não corresponde à realidade”, afirmou o dirigente da UNITA, que reforçou que “Manico” não será aceito como presidente da CNE.

O deputado também criticou a postura do Presidente João Lourenço e do MPLA, partido no poder desde a independência de Angola em 1975, acusando-os de falta de vontade política para implementar processos eleitorais que reflitam a verdadeira vontade do povo angolano. Além disso, Chiaka denunciou o “silêncio cúmplice” de outros partidos da oposição, sublinhando a urgência da situação.