O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deu entrada a uma queixa-crime por insulto contra Özgür Özel, líder do Partido Republicano do Povo (CHP), na sequência de declarações feitas durante um congresso extraordinário do partido.
O advogado de Erdogan, Hüseyin Aydin, anunciou a notícia na terça-feira através da rede social X (anteriormente conhecida como Twitter).
Özel, que lidera a principal força de oposição no país, referiu que “a Turquia é governada por uma junta que tem medo das eleições, medo dos seus adversários e medo do povo”. As suas declarações foram feitas no contexto de uma forte crítica à administração de Erdogan, a quem acusou de ser o “presidente de uma junta” que persegue aqueles que gozam de apoio popular e possuem potencial para se tornarem rivais.
As tensões políticas na Turquia têm aumentado, especialmente após a detenção e subsequente prisão do autarca de Istambul, Ekrem Imamoglu, um proeminente membro do CHP e principal adversário político de Erdogan, que ocorreu no mês passado. A situação gerou um clamor social, com o CHP a mobilizar dezenas de milhares de cidadãos em protesto nas ruas de Istambul e em várias outras cidades do país.
Durante o congresso extraordinário, realizado no último domingo, Özel reafirmou a posição do CHP ao declarar que Imamoglu será o candidato a apoiar nas eleições presidenciais de 2028, e desafiou Erdogan a antecipar essas eleições para Novembro deste ano. “Convidamo-lo a enfrentar uma vez mais a vontade do povo, porque disso resultará a maior moção de censura da história”, afirmou Özel, enfatizando a confiança do CHP na sua popularidade.
O partido continua a atrair atenção após ter conquistado 37,8% dos votos nas eleições municipais de Março de 2024, estabelecendo-se como a principal força nas grandes cidades, incluindo Istambul e Ancara, tradicionalmente bastiões do partido de Erdogan, o AKP.