Angola enfrenta uma grave crise de saúde pública, com a notificação de 623 casos de cólera e 11 mortes nos últimos dois dias.
A província de Benguela continua a ser a mais afectada pela epidemia, que já totaliza um número alarmante de infecções desde o início do ano.
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registados 340 casos e seis mortes em Benguela nas últimas 48 horas, o que representa mais de metade do total de casos notificados em outras partes do país.
A cólera já se espalhou por 17 das 21 províncias angolanas, colocando Angola entre os países com as mais elevadas taxas de letalidade da doença a nível mundial, estimadas em 3,5%.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece uma taxa de referência de 1% para a cólera, o que significa que espera-se uma morte para cada 100 diagnósticos. A elevada taxa de mortalidade em Angola indica não apenas a gravidade da epidemia, mas também desafios relacionados ao acesso e à gestão dos cuidados de saúde.
Em resposta à situação crítica, a Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, está a realizar uma visita à província de Benguela, que apresenta os índices mais altos de casos e óbitos.
No sábado passado, foi realizada uma reunião na mesma província, envolvendo autoridades angolanas e organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde e o UNICEF. Durante a reunião, foram discutidas acções urgentes para o reforço do combate e prevenção da cólera, com foco no abastecimento de água potável e na melhoria da assistência pré-hospitalar e hospitalar.