O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a sua Administração está a negociar com o Hamas, um grupo considerado terrorista pelos EUA, para garantir a libertação dos restantes reféns israelitas.
Durante uma conferência de imprensa no Salão Oval, Trump reiterou o seu ultimato, afirmando que haveria “um inferno a pagar” em Gaza se os reféns não fossem libertados de imediato.
O anúncio surge em um momento crítico, pois o Hamas confirmou que enviou uma delegação ao Cairo, no Egito, para discutir um cessar-fogo com Israel. Trump sublinhou que está a apoiar Israel nas negociações, afirmando: “Estamos a ajudar Israel nestas discussões, porque estamos a falar de reféns israelitas. E não estamos a fazer nada em termos do Hamas. Não estamos a dar dinheiro”, referindo-se ao seu encontro recente com reféns americanos libertados.
Em declarações à imprensa, o enviado especial do Presidente para o Médio Oriente, Steve Witkoff, indicou que poderiam ser tomadas “algumas acções” em colaboração com os israelitas. Witkoff reiterou que o Hamas tem a oportunidade de “agir de forma razoável” e cumprir com as exigências dos EUA e de Israel, que incluem a desmilitarização do grupo no pós-guerra em Gaza.
O Gabinete do Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, publicou um comunicado afirmando que Israel expressou a sua posição em relação às negociações directas com o Hamas. Por outro lado, o Hamas argumenta que o caminho mais eficaz para a libertação dos reféns é através de negociações de cessar-fogo, e criticou as ameaças de Trump, que, segundo o grupo, apenas encorajam Israel a abandonar o acordo de cessar-fogo assinado a 19 de Janeiro.
Sami Abu Zuhri, um responsável do Hamas, afirmou numa declaração publicada em um canal de Telegram afiliado ao grupo que “a linguagem das ameaças não nos intimida, isso só complica ainda mais as coisas”.
Simultaneamente, a delegação de alto nível do Hamas que se encontra em Cairo tem como objectivo discutir a possibilidade de prolongar o frágil cessar-fogo em Gaza. O grupo manifestou a intenção de exigir que Israel “implemente o acordo, inicie as negociações para a segunda fase e abra as passagens fronteiriças para permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza”.