A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou a detenção de 14 indivíduos suspeitos de pertencerem a grupos de desordeiros responsáveis por actos de vandalismo, agressões a alunos e saques em estabelecimentos comerciais na província de Nampula.
Os incidentes ocorreram na última quinta-feira, provocando o pânico entre a comunidade escolar.
A porta-voz da PRM em Nampula, Rosa Chaúque, informou que as operações policiais resultaram na prisão de sete suspeitos na cidade de Nampula e outros sete no distrito de Meconta. Os detidos são acusados de causar distúrbios nas escolas primárias e secundárias, em especial na escola primária de Maparra, onde foram relatados casos de roubo de bens pertencentes a crianças.
“Não registámos fatalidades durante as intervenções. Contudo, a situação foi preocupante, especialmente nas escolas primárias e secundárias de Maparra, Marrere e Mutomote, esta última com uma população escolar de cerca de 20 mil alunos, o que exacerbou o clima de apreensão”, explicou Chaúque.
A oficial da polícia detalhou que os distúrbios começaram no distrito de Namialo, onde um grupo indeterminado de indivíduos montou barricadas nas vias públicas, obstruindo a circulação de pessoas e veículos. A PRM mobilizou agentes para as áreas afectadas, conseguindo restaurar a ordem pública e efectuar as detenções.
“Os indivíduos foram detidos por vandalizarem e saquearem estabelecimentos comerciais, e a PRM conseguiu recuperar parte dos bens subtraídos, além de apreender 23 saquetas de uma substância identificada como crista”, acrescentou Chaúque.
Os detidos, por sua vez, negam as acusações, alegando que foram presos sem justificativa. A porta-voz desconsiderou essas alegações, classificando-as como uma tentativa de evitar a responsabilidade pelos actos cometidos. “A PRM possui provas concretas e continua a investigação para identificar outros envolvidos. No bairro Elipse, em Nampula, alguns dos detidos foram vistos a assaltar armados com catanas e marretas, semeando o terror entre os moradores”, afirmou.
Rosa Chaúque apelou à população para denunciar prontamente qualquer actividade que possa perturbar a ordem e a tranquilidade públicas.
Por sua vez, a Agência de Informação de Moçambique (AIM) ouviu pais de alunos da escola primária de Mutomote, que expressaram a sua preocupação com os recentes actos de invasão e destruição. Uma mãe relatou que o seu filho, menor de doze anos, voltou a casa aterrorizado após o incidente.