Centenas de manifestantes encheram as ruas da capital iemenita, Sana, erguendo os punhos contra os Estados Unidos e Israel, ao ecoarem gritos de “Morte à América, morte a Israel”.
O protesto, que teve lugar na emblemática Praça Sabine, foi parte de uma série de demonstrações que ocorreram em várias localidades do país, incluindo Saadah, Hodeida, Dhamar e Amran, conforme reportado pelo canal Al-Massira, vinculado aos rebeldes Huthis.
Os participantes, ostentando grandes bandeiras iemenitas e palestinianas, empunhavam armas, cartazes e cópias do Corão, numa exibição de fervor patriótico e solidariedade com a causa palestiniana. A Praça Sabine, que tem sido um ponto nevrálgico de protestos desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, foi novamente o epicentro de uma manifestação que reflete a crescente indignação no Iémen após o ataque do Hamas a 7 de Outubro, o qual resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e na captura de aproximadamente 250 reféns.
Durante o evento, um orador exaltou o público, afirmando: “O Iémen nunca recuará, desafiamos os norte-americanos, desafiamos os sionistas”. No mesmo dia, Abdel Malek al-Houthi, um dos líderes do movimento rebelde, fez um apelo a todos os iemenitas para se unirem “aos milhões” na contestação aos ataques norte-americanos, que na véspera vitimaram 53 pessoas e deixaram 98 feridos nas áreas sob controle Huthi.
A escalada de tensões no cenário do Médio Oriente intensificou-se, com o Presidente norte-americano, Donald Trump, a prometer retaliar com “inferno” contra os Huthis, ao mesmo tempo que instava o Irão a cessar o seu apoio aos rebeldes. Estes, por sua vez, têm sido responsabilizados por uma série de ataques à navegação comercial no litoral do Iémen, em solidariedade com o Hamas na Faixa de Gaza.
Em resposta aos recentes bombardeamentos, os Huthis afirmaram ter realizado ataques contra o porta-aviões USS Harry S. Truman, que patrulha o norte do Mar Vermelho, numa resposta directa à ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, onde os combates já ceifaram a vida de mais de 48.000 pessoas desde o início do conflito em Outubro.
Enquanto os disparos de drones e mísseis tinham cessado temporariamente após a implementação de um acordo de cessar-fogo em Gaza, os rebeldes anunciaram a sua intenção de retomar as hostilidades, citando a recusa de Israel em permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestiniano como catalisador para a intensificação dos ataques.