Num comunicado enviado à agência noticiosa espanhola EFE, o movimento islamita palestiniano Hamas afirmou que a melhor forma de garantir a libertação dos reféns israelitas é através do início de negociações para a segunda fase de tréguas.
A declaração foi feita pelo porta-voz do Hamas, Abdel Latif Al-Qanoua, que também criticou as recentes ameaças do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegando que estas visam forçar o primeiro-ministro israelita a adoptar uma postura de cerco e fome contra o povo palestino em Gaza.
Na nota, Al-Qanoua afirmou que “a melhor maneira de libertar os prisioneiros israelitas restantes é que a ocupação [referindo-se a Israel] inicie negociações para a segunda fase e seja responsabilizada pelo acordo assinado sob a mediação de intermediários”.
As ameaças de Trump, que ocorreram na quarta-feira, representam um “último aviso” ao Hamas para a libertação dos reféns que mantém em Gaza. O Presidente dos Estados Unidos advertiu que, caso contrário, Israel teria liberdade para “terminar o trabalho” no enclave. A Casa Branca confirmou que os Estados Unidos mantiveram contactos directos com o Hamas, classificado como organização terrorista por Washington, com o objectivo de discutir a próxima fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Trump, numa mensagem nas redes sociais Truth, ordenou ao Hamas que devolvesse imediatamente os reféns e corpos que estão retidos, sublinhando que esta era a sua “última advertência”. Ele ameaçou que “nenhum membro do Hamas estará a salvo se não fizerem o que eu digo” e dirigiu um aviso aos líderes do Hamas para que deixem Gaza “enquanto ainda podem”. O ex-Presidente estendeu as suas ameaças ao povo de Gaza, afirmando que “se esconderem reféns, estão mortos”.
“Tomem uma decisão inteligente. Libertem os reféns agora, ou haverá um inferno para pagar mais tarde”, escreveu Trump.
O diálogo directo de Washington com o Hamas, revelado pelo site Axios, foi confirmado pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que justificou esta abordagem como uma tentativa de encerrar a guerra na Faixa de Gaza. O Hamas também reconheceu a realização destes contactos, e Israel corroborou que foi informado sobre a comunicação de Washington com o grupo palestiniano.