Destaque Governo moçambicano admite intervenção para conter protestos no país

Governo moçambicano admite intervenção para conter protestos no país

Durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo, o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, reafirmou a estratégia do Executivo em priorizar medidas de carácter social e económico, em detrimento de acções coercitivas, para lidar com a crescente agitação social que o país enfrenta. 

“Estamos a priorizar medidas de carácter social, económicas, mais persuasivas e ambientalistas que permitam que as pessoas intervenham positivamente na pacificação do país”, afirmou Impissa, sublinhando que, embora as medidas coercivas estejam a ser consideradas, não são a prioridade neste momento.

O porta-voz criticou as vandalizações e destruições de infraestruturas públicas e privadas que ocorreram durante os protestos, salientando que estas acções prejudicam directamente as comunidades afectadas. “Nós julgamos que devem ser tomadas medidas para repelir as manifestações sempre que elas ganharem proporções difíceis […] em momentos específicos e em contextos específicos. No entanto, vai-se evitar o máximo”, reiterou Impissa.

Desde Outubro, Moçambique tem vivido um clima de intensa agitação social, desencadeado por protestos e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados eleitorais. Esses protestos têm frequentemente culminado em confrontos entre manifestantes e forças policiais, resultando em feridos e vítimas mortais de ambos os lados.

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Nos últimos meses, os protestos, embora em menor escala, continuam a eclodir em várias localidades do país. Além da contestação aos resultados eleitorais, os cidadãos também expressam descontentamento face ao aumento do custo de vida e a outros problemas sociais.

Segundo dados da plataforma eleitoral Decide, uma organização não-governamental que monitora os processos eleitorais, desde o início da agitação, pelo menos 327 pessoas, incluindo dezenas de menores, perderam a vida, e cerca de 750 foram baleadas durante os tumultos.