Desde o início das manifestações pós-eleitorais a 21 de Outubro, a situação em Moçambique tem-se deteriorado drasticamente, com pelo menos 303 mortes confirmadas e 619 feridos a tiro, segundo um recente balanço divulgado pela plataforma eleitoral Decide, uma Organização Não-Governamental que monitoriza os processos eleitorais no país.
As manifestações foram convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial que não reconhece os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro. O descontentamento popular tem levado a um clima de tensão nas ruas, com a polícia a deter pelo menos 4.228 pessoas durante os protestos.
Na quarta-feira, a situação escalou em Maputo, onde a polícia foi obrigada a intervir com disparos e gás lacrimogéneo para dispersar um grupo de manifestantes que se concentrava a cerca de 300 metros do local da investidura do novo Presidente da República, Daniel Chapo.
Por volta das 12:00 horas locais, dezenas de manifestantes, munidos de cartazes de apoio a Mondlane, tentaram bloquear o acesso ao Banco de Moçambique.
A situação agravou-se quando começaram a colocar pedras na via, levando à intervenção policial, que utilizou metralhadoras e gás lacrimogéneo para dispersar os protestantes. A resposta da polícia provocou uma debandada momentânea dos manifestantes, que foram perseguidos por agentes da Unidade de Intervenção Rápida.