Uma vigília pacífica organizada por estudantes junto ao Ministério da Educação, Ensino Superior e Investigação Científica foi reprimida pela polícia na quarta-feira.
Os jovens manifestaram a sua oposição ao recente aumento das mensalidades nas escolas superiores do Estado, uma decisão que gerou descontentamento generalizado entre a comunidade académica.
Os estudantes empunhavam cartazes com mensagens como “Não acabem com a educação”, “Queremos ir à escola” e “Deem-nos nossos direitos, publiquem os nossos resultados”. A manifestação, que tinha como objectivo chamar a atenção para o impacto do aumento das propinas, foi abruptamente dispersada pelas autoridades, resultando em confrontos.
Januário Pedro Meb, porta-voz dos estudantes, reportou ter sido espancado durante a intervenção policial. Com um dos olhos inflamado devido às agressões, Meb qualificou a ação da polícia como uma violação dos direitos dos estudantes, frisando que a vigília era uma manifestação pacífica.
A Rádio Capital FM noticiou que cerca de dez estudantes foram detidos e que os agentes de segurança confiscaram os telemóveis de alguns manifestantes, sob a alegação de que gravavam a ação policial.
A controvérsia surge na sequência de um despacho do Ministério da Educação, que determinou o pagamento de propinas mensais de 10 mil CFA (aproximadamente 16 dólares) para estudantes de licenciatura e 7.500 CFA (12 dólares) para os de bacharelato nas sete unidades do ensino superior estatais. Anteriormente, os estudantes de licenciatura pagavam uma média anual de 53 mil CFA (86 dólares) e os de bacharelato 43 mil CFA (70 dólares).
Até ao momento, o Ministério da Educação não se pronunciou sobre os acontecimentos ou sobre as preocupações levantadas pelos estudantes. A situação continua a gerar um clima de tensão entre a comunidade académica e as autoridades, enquanto os estudantes exigem uma revisão da nova política de propinas.