As fraudes electrónicas nos serviços de carteiras móveis têm aumentado de forma alarmante, com esquemas cada vez mais elaborados.
Os criminosos estão a adoptar estratégias mais sofisticadas para enganar as vítimas, levando-as a fornecer informações confidenciais sobre as suas contas bancárias.
Com o crescimento significativo do número de utilizadores de moeda electrónica, impulsionado pela conveniência que este meio oferece, como a realização de transacções financeiras rápidas e o pagamento de serviços como electricidade ou compras em estabelecimentos comerciais, também se multiplicam as oportunidades para actividades fraudulentas.
Enquanto os serviços móveis facilitam a vida dos utilizadores, estão, ao mesmo tempo, a tornar-se uma nova “fonte de rendimento” para os criminosos.
Uma das formas mais comuns de burla envolve o roubo de telemóveis. Os criminosos, antes de removerem o cartão SIM do aparelho, enviam mensagens aos contactos da vítima, solicitando dinheiro sob pretexto de doença ou uma emergência.
Muitas vezes, os amigos e familiares da vítima, confiando na veracidade da mensagem, transferem os valores solicitados.
Irene Almeida, uma das vítimas desta prática, relatou ao jornal Notícias que perdeu o seu telemóvel no dia 3 de Agosto, por volta das 14 horas. Em menos de 15 minutos, os seus contactos começaram a receber mensagens pedindo empréstimos, com valores que começavam em mil meticais. “Infelizmente, duas pessoas acabaram por enviar dinheiro, e de forma surpreendente, o criminoso conseguiu levantar 2350 meticais, mesmo sem ter acesso à minha senha do M-pesa”, lamentou Irene.
Após o ocorrido, Irene dirigiu-se à 1.ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo para denunciar o caso.
No entanto, foi aconselhada a contactar a sede da operadora Vodacom para obter esclarecimentos sobre como o dinheiro foi levantado da sua conta sem a sua senha. Infelizmente, a operadora não conseguiu fornecer uma explicação satisfatória e Irene acabou por perder o montante roubado.
Este incidente reflete a crescente ameaça das fraudes electrónicas no país, expondo a vulnerabilidade dos sistemas de pagamento móvel e a necessidade de maior protecção e educação dos utilizadores para prevenir futuros crimes desta natureza.