Sociedade Marido mata esposa de 29 anos nas Mahotas

Marido mata esposa de 29 anos nas Mahotas

Um homem de 35 anos tirou a vida da sua esposa com um ferro afiado no bairro das Mahotas, na cidade de Maputo, durante a madrugada. O crime, aparentemente motivado por ciúmes, pôs fim a uma relação de mais de 12 anos.

Alice José, concunhada  da vítima, descreveu o crime como aterrorizante e revelou que não teve coragem de ver o corpo. Alice contou que não ouviu qualquer barulho durante o incidente. “Dizem que usou um ferro, mas não sei exactamente o que aconteceu. Não sei se lhe amarrou ou se ela dormia, mas tudo aconteceu em silêncio, pois não ouvimos nada”, explicou.

Alice referiu que as discussões e agressões físicas eram comuns entre o casal, especialmente depois de a vítima ter conseguido emprego numa barraca em Magoanine. “Ele dizia que não queríamos trabalhar nas barracas, e nós tentámos encontrar trabalho em quintais, mas não conseguimos. Embora eles tenham conseguido algum entendimento no início, depois só houve discussões. O marido saía do trabalho às 21h e ia buscar a mulher, mas ao chegar em casa, ficava escondido, o que fazia com que houvesse discussões frequentes”, relatou.

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Após anos de resistência, a jovem de 29 anos decidiu finalmente separar-se do marido e planeava mudar-se com as filhas para um novo endereço na segunda-feira. Infelizmente, ela não chegou a ver este dia nascer.

Quitéria Vilanculos, vizinha do casal, lamentou a violência e recordou episódios trágicos de agressões. “Às vezes, o marido vinha embriagado e espancava-a. Já a espancou uma vez, e eu a ajudei. Ela queria sair de casa, mas não podia por causa das crianças, até que decidiu arrendar um lugar noutra zona onde eu vivia com o meu marido”, contou.

“A separação era uma decisão que já estava tomada, mas foi interrompida, como acrescentou a concunhada da vítima. Quando chegou o momento de se separar, ela disse que não queria mais viver com ele, porque sofria. Falou com a família, e decidiram que ela deveria sair na segunda-feira”, completou.

João Moçambique, Chefe do Quarteirão 12, expressou a sua preocupação com a situação. “Estamos muito preocupados com este caso, e esta situação não pode continuar”, afirmou.

O autor do crime entregou-se à Polícia local.