Na cidade de Quelimane, um pai foi detido sob a acusação de ter orquestrado o assassinato do seu próprio filho, com a colaboração de um curandeiro.
O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) afirma que todas as evidências apontam para o envolvimento do acusado no crime.
O suspeito confessou ter cometido o homicídio, alegando que o fez devido a ameaças constantes por parte do seu filho. “Foi por desavenças e distúrbios, ele fazia isso para me matar. Voltou da tropa muito agressivo, nem conseguia dormir porque ele partia cadeiras e pratos, e atirava comida ao chão”, relatou o pai.
Para realizar o crime, o pai contou ter contratado homens da localidade de Namacata, pagando 10 mil meticais para matarem o seu filho. “Nesse dia, eu estava na machamba, e ligaram-me a dizer que ele (o jovem assassinado) estava a despejar 10 litros de óleo misturado com gasolina para incendiar a casa, só não o fez por causa da chuva. Por isso, contratei homens por 10 mil meticais para o executarem”, explicou.
O outro suspeito, um curandeiro, negou qualquer envolvimento directo no crime, mas admitiu ter indicado os homens que poderiam realizar o serviço. “Eu nunca matei ninguém. Não procurei ninguém, só indiquei pessoas”, afirmou.
O SERNIC na Zambézia declarou que as investigações apontam claramente para o envolvimento dos dois suspeitos no homicídio. Neste momento, estão a decorrer diligências para neutralizar os autores materiais do crime.
“O curandeiro disse que já havia esgotado a sua quota de mortes, pois, por ano, só mata duas vezes. Por isso, tomou a iniciativa de indicar dois homens para executarem a ação. As diligências estão em curso para capturar os autores materiais”, informou Maximino Amílcar, porta-voz do SERNIC.
O homicídio do jovem ocorreu no quinto bairro Namuinho, na cidade de Quelimane. O corpo foi encontrado numa área próxima ao cemitério Dona Ana, no mês passado.