Internacional Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem Estado da Palestina; Israel convoca embaixadores

Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem Estado da Palestina; Israel convoca embaixadores

O primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris (à esquerda), ao lado do ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Michel Martin (à direita), discursa durante uma conferência de imprensa para reconhecer o estado da Palestina nos edifícios do governo, em Dublin, em 22 de maio de 2024. A Irlanda anunciou o reconhecimento do Estado palestiniano, conforme declaração feita pelo primeiro-ministro Simon Harris em conjunto com Oslo e Madrid. “Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha anunciam que reconhecemos o estado da Palestina”, disse Harris em frente aos edifícios governamentais em Dublin. (Foto de Paul FAITH/AFP via Getty Images)

Em um movimento histórico, Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram nesta quarta-feira (22) o reconhecimento do Estado da Palestina. A decisão, tomada em conjunto, foi recebida com entusiasmo pelos palestinos e condenada por Israel, que convocou seus embaixadores nos três países para consultas.

O reconhecimento oficial pelos três países europeus entrará em vigor na próxima terça-feira (28). A medida se soma à crescente pressão internacional sobre Israel para retomar as negociações de paz com os palestinos e encontrar uma solução duradoura para o conflito.

A decisão dos três países foi motivada em parte pela recente incursão militar israelense em Gaza, que resultou na morte de mais de 35 mil pessoas, a maioria civis. A guerra deixou Gaza em ruínas, com sua população sofrendo com falta de água, comida e medicamentos.

Os governos da Espanha e da Irlanda já vinham criticando duramente a política do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, especialmente após o início da guerra em Gaza. O premiê espanhol, Pedro Sánchez, chegou a afirmar que Netanyahu “se faz de surdo e continua castigando a população palestina”.

Para os líderes dos três países que reconheceram o Estado da Palestina, a solução de dois estados é o único caminho para a paz na região. Eles defendem a criação de um Estado palestino independente e viável ao lado de Israel, com Jerusalém como capital compartilhada.

Recomendado para si:  Manifestantes no Madagáscar exigem saída do Presidente André Rajoelina

A reação de Israel ao reconhecimento do Estado da Palestina foi imediata e dura. O Ministério das Relações Exteriores israelense convocou seus embaixadores na Irlanda, Noruega e Espanha e os acusou de “minar o direito de Israel à autodefesa e os esforços para libertar os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza”.

Apesar da condenação israelense, o reconhecimento do Estado da Palestina pelos três países europeus é um passo importante no sentido de alcançar uma solução justa e duradoura para o conflito. Resta saber se essa iniciativa terá um efeito real nas negociações de paz e se contribuirá para a criação de um Estado palestino independente e viável.

Além dos desafios políticos, a criação de um Estado Palestino de fato também enfrenta obstáculos práticos. Os territórios palestinos são atualmente controlados por dois grupos rivais: o Fatah na Cisjordânia e o Hamas em Gaza. Além disso, a Cisjordânia possui diversos assentamentos israelenses que precisariam ser removidos para a criação de um Estado palestino viável.

Apesar dos desafios, o reconhecimento do Estado da Palestina por Espanha, Irlanda e Noruega é um marco histórico que pode abrir caminho para uma solução justa e duradoura para o conflito israelo-palestino. A comunidade internacional deve continuar pressionando Israel para retomar as negociações de paz e encontrar uma solução que atenda às necessidades dos dois povos.