O Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) expressa preocupação com a falta de supervisão do processo de recenseamento eleitoral por parte dos partidos da oposição em Moçambique, alertando para o risco de possíveis fraudes, especialmente em áreas tradicionalmente associadas à oposição, onde têm sido reportadas falhas frequentes nas máquinas.
Dércio Alfazema, diretor de programas do IMD, sublinha que os partidos da oposição estão a negligenciar a importância da fiscalização do recenseamento, o que pode permitir irregularidades, mesmo num contexto político nacional atípico. Alfazema salienta a ausência de representantes dos partidos políticos nas equipas de recenseamento, o que compromete a sua legitimidade para contestar o processo eleitoral posteriormente.
Em vez de monitorizar o processo e identificar as dificuldades e irregularidades, Alfazema observa que os partidos estão mais focados em resolver disputas internas.
Alfazema enfatiza a necessidade de os partidos se organizarem para fiscalizar o processo desde o recenseamento. Ele prevê que estas eleições possam ser as menos observadas por organizações da sociedade civil e plataformas especializadas, devido à falta de recursos financeiros.
Leonor de Sousa, secretária-geral do MDM, lamenta o aumento da intenção de fraude no atual processo de recenseamento, incluindo registros duplicados e a priorização de membros do partido no poder. Ela critica o processo como sendo problemático e expressa preocupação com as falhas frequentes nas máquinas, sugerindo que possam ser intencionais para dificultar o recenseamento, especialmente em áreas da oposição.
Por sua vez, José Manteigas, porta-voz da Renamo, afirma que o partido está a identificar as barreiras no recenseamento eleitoral e que se pronunciará sobre o assunto oportunamente.