Centenas de professores saíram às ruas da capital de São Tomé para protestar contra as propostas do Governo e exigir melhorias nos seus salários.
Vestidos de preto e portando cartazes com palavras de ordem, os manifestantes percorreram cerca de um quilómetro e meio, desde a Praça da Cultura até à Praça Yon Gato, próxima ao gabinete do primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
Os docentes, em greve geral desde 1 de março, expressaram a sua indignação com a situação atual. Vera Lomba, porta-voz dos quatro sindicatos de professores, destacou a importância da manifestação como forma de mostrar o descontentamento da classe docente. Segundo ela, os professores continuam insatisfeitos com as propostas apresentadas pelo Governo.
Durante o protesto, os professores responderam às declarações recentes do primeiro-ministro, que comparou o Estado a uma vaca sem leite. “Se o leite acabou, nós não temos culpa. Nós nunca mamamos daquela vaca, queremos mamar agora”, declarou um dos manifestantes.
Nilza Camblé, outra professora presente no protesto, destacou que os docentes estão dispostos a negociar, mas exigem um salário digno. Ela criticou a postura autoritária do primeiro-ministro e salientou a importância de uma remuneração adequada para a classe.
A greve dos professores paralisou todas as escolas do arquipélago, afetando desde o ensino pré-escolar até ao secundário. Os professores reivindicam um aumento salarial para 10 mil dobras (cerca de 400 euros), ou melhorias substanciais nos subsídios, sendo este o único ponto ainda em desacordo nas negociações com o Governo.
Apesar das advertências do primeiro-ministro sobre a duração da greve, os sindicatos informaram que a próxima rodada de negociações está prevista para quarta-feira.