31 pessoas, incluindo civis e militares, foram detidas na Venezuela desde maio de 2023 por alegada participação em cinco conspirações contra o governo do presidente Nicolás Maduro, incluindo o assassinato do próprio Maduro.
O anúncio foi feito pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, em uma entrevista coletiva em Caracas na segunda-feira, 22 de janeiro. Saab também anunciou novos mandados de prisão contra jornalistas, youtubers, ativistas dos direitos humanos e ex-militares venezuelanos.
Saab disse que as investigações revelaram que um grupo de civis e policiais estava trabalhando em coordenação com membros de uma organização de inteligência estrangeira para “banhar a Venezuela em sangue”. Ele disse que os militares foram recrutados na Colômbia e que as conspirações envolveram a CIA, a DEA e os serviços secretos colombianos.
A primeira conspiração foi frustrada em maio de 2023, quando um cidadão tentou obter informações confidenciais de instituições militares, disse Saab. Onze pessoas foram acusadas de conspiração, resistência à autoridade, lesões corporais graves, danos à propriedade, traição à pátria, revelação de segredos militares e tráfico ilícito de armas e munições.
Entre os civis acusados de envolvimento nas conspirações estão a advogada e ativista dos direitos humanos Tamara Zulay Sujú e a jornalista Maria Sebastiana Barraez, especializada em cobertura de fontes militares. Também foram visados os youtubers Wender Villalobos e Norbey Marín, e os ex-militares Mário Carratú Molina e José Antonio Colina.
De acordo com Saab, uma das conspirações teria como objetivo assassinar Maduro e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López. A conspiração teria início no estado venezuelano de Táchira, na fronteira com a Colômbia, em janeiro de 2024.
Saab disse que as autoridades pedirão a pena máxima de prisão, que atualmente é de 30 anos, para todos os envolvidos nas conspirações.
A notícia das detenções foi recebida com ceticismo por alguns analistas políticos. Eles argumentam que o governo de Maduro tem um histórico de acusar seus oponentes de conspiração sem apresentar provas.
No entanto, o governo de Maduro afirma que as evidências contra os detidos são sólidas. Saab disse que as autoridades têm “provas contundentes” de que os conspiradores estavam planejando atos de violência contra o governo.
A situação política na Venezuela é complexa e instável. Maduro enfrenta uma forte oposição interna e externa, e o país está mergulhado em uma crise econômica e social.
As detenções de 31 pessoas por conspirar contra o governo são um sinal de que a tensão política na Venezuela está aumentando.
