Economia HCB supera em 14,3% metas planificadas para terceiro trimestre

HCB supera em 14,3% metas planificadas para terceiro trimestre

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A gigante energética Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) logrou uma produção acima da meta planificada para o terceiro trimestre do ano, em 14,3%.

Com os níveis alcançados, a firma prevê superar o tecto previsto para o fecho do ano, fixado em 15,488 GWh, tornando o país um player de referência na região.

A HCB S.A., registou, até ao final do terceiro trimestre de 2023, uma produção hidro-energética na ordem dos 12 120,4 GWh, correspondente a 14,3% acima do planeado, num ano cuja meta de produção definida é de 14,292 GWh.

A firma prevê superar as metas, atingindo a fasquia dos 15,488 GWh, o que fortalecerá a posição estratégica de Moçambique como um player energético regional.

Em comunicado, divulgado na página da instituição, o Presidente do Conselho de Administração da HCB, Tomás Matola, feriu que, no período em análise, “a HCB logrou alcançar uma facturação de pouco mais de 54,2% das receitas planeadas para o período, ao mesmo tempo que encerrou com sucesso as negociações sobre o ajustamento da tarifa de exportação de energia”.

Estes factores conjugados representam ganhos significativos para a empresa e para o país, quando comparado às produtoras de energia de outras nações da região. Aliás, as cifras apresentadas contribuirão para a realização de investimentos críticos nos equipamentos da cadeia de produção e em projectos de incremento da capacidade de geração energética, que se prevê chegar aos 4000 MW, até 2032, segundo avançou Matola.

No que concerne à disponibilidade hídrica, no início da época chuvosa 2023/2024, a HCB apresentava uma cota de armazenamento de 323,47 MW, correspondente a capacidade útil de 87%, resultante da quantidade de água proveniente das barragens de montante e dos escoamentos gerados na bacia própria de Cahora Bassa.

Contudo, o documento refere ainda que a presente cota é satisfatória e, conjugada com uma gestão criteriosa, técnico-científica e por meios tecnológicos ao dispor da empresa, assegurará o processo de geração de energia até ao final do ano.

Num outro desenvolvimento (recente), o PCA da HCB referiu que a empresa apresenta uma evolução muito positiva dos seus indicadores de performance, operacionais e financeiros, igualmente reflectidos no robustecimento do seu balanço, a que acresce o anúncio de futuros investimentos que por princípio deverão acrescentar valor à empresa.

No entanto, há um paradoxo entre a performance e os preços das acções, que estiveram a ser comercializadas abaixo do seu valor real. O facto foi comprovado pelo primeiro relatório Research sobre Mercado de Capitais em Moçambique, que tomou como pressupostos as variações do preço de venda das acções da HCB, de 2019 a esta parte.

Aquando da sua admissão ao mercado bolsista em 2019, cada acção transaccionada tinha cotação inicial de três Meticais. Dois meses depois da entrada em bolsa, as acções da HCB sofreram uma notável valorização, tendo atingido o seu valor máximo de 13,75 Meticais por acção, mais do que quadruplicado o seu valor original. Entretanto, o preço caiu para 1,17 Meticais por acção em Outubro de 2022 e, até Setembro passado, era transaccionada a 2,5 Meticais.

Em relação a essa discrepância entre os indicadores prudenciais e financeiros da empresa com o preço de compra e venda de acções da HCB, a Filantia, autora da pesquisa, esclarece que o desfasamento aparente entre a cotação da empresa e aquilo que os indicadores operacionais e financeiros fariam esperar é, em certa medida, explicado pelo mecanismo de fixação de preço da acção no mercado secundário. Explica-se, também, pela deficiente percepção do valor da empresa, pelo que vão dando ordens de venda da acção, recorrentemente colocando-a abaixo do valor de cotação inicial, apesar de os indicadores de performance expressivamente contrariarem essa tendência, diz o relatório.

Um outro factor chamado à colação é o facto de a HCB ter uma política conservadora de distribuição de dividendos, que poderão influenciar negativamente a percepção do investidor. Ou seja, “se o investidor apenas considera o retorno imediato do seu investimento por via dos dividendos recebidos (não valorizando o facto de que, reinvestindo os lucros não distribuídos, a HCB deverá acrescentar valor à própria empresa), é natural que atribua um valor menor à HCB, ignorando informação essencial à sua avaliação”, como referiu o relatório.

Parte dos planos que se entende que estejam por detrás da tímida distribuição de dividendos é a nova aposta da firma, a construção da Central Central Fotovoltaica à Norte HCB, na província de Tete, cujas obras só serão concluídas em 2032, segundo fontes da empresa.

Para o efeito, foi assinado, há duas semanas, um acordo entre  a  empresa e a Internacional Finance Corporation, para a realização de um estudo de pré-viabilidade para desenvolver o projecto.

A central Norte terá a capacidade de produzir 1245 MegaWatts.