Sociedade Reabertos sete postos de fronteira com a Tanzânia

Reabertos sete postos de fronteira com a Tanzânia

Sete postos de travessia dos nove existentes na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, foram reabertos, depois de dois anos encerrados devido aos ataques terroristas, segundo avançou o Serviço Nacional de Migração (SENAMI).

Os postos fronteiriços estão localizados nos distritos de Mueda, Nangade, Palma e Mocímboa da Praia, nas fronteiras terrestre e marítima com a República da Tanzania.

Ivo Sampanha, porta-voz do SENAMI em Cabo Delgado, disse tratar-se das fronteiras de Namatil, Negomano, Ngapa, Namoto, Nangade-Sede, Palma e vila de Mocímboa da Praia, obrigadas a interromper as actividades na sequência da intensificação dos ataques terroristas na região.

A reabertura ao movimento migratório, segundo a fonte, citada pelo “Notícias”, resulta da perseguição de terroristas levada a cabo pelas Forças de Defesa de Segurança (FDS) e congéneres do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que tem criado condições para o regresso das populações.

Sampanha anotou que a medida está a impulsionar a travessia entre os dois países, com uma média de quatro mil pessoas a cruzarem a fronteira por mês, contra cerca de três mil anteriores.

De acordo com a fonte, antes da melhoria da situação de segurança o movimento nestes postos era quase inexistente.

Informou que, nas suas incursões, os terroristas vandalizaram as infra-estruturas onde funcionavam os postos de travessia e “neste momento ainda não foram reabilitadas, mas fomos obrigados a retomar os trabalhos, porque o SENAMI estava a ser pressionado pela população de dois países”.

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Contudo, o porta-voz do SENAMI indicou que em Namoto, onde se regista o maior fluxo, atravessam mais de 1500 pessoas.

“Este posto foi o último a ser reaberto e acreditamos que nos próximos meses o número poderá aumentar”, acrescentou.

Sampanha garantiu existirem fortes medidas de segurança nas fronteiras dos dois países e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e Tanzania adoptaram um modelo único de controlo para evitar circulação de viajantes ligados aos terroristas, que actuam em alguns distritos de Cabo Delgado desde finais de 2017.

No que tange à entrada de imigrantes ilegais, anotou que nos últimos três anos o fluxo reduziu significativamente em Cabo Delgado, por um lado devido à deterioração da segurança e, por outro, à movimentação nesta parcela do país de grupos terroristas e o controlo cerrado das autoridades.

“Contudo, temos repatriado à procedência um número significativo de ilegais. Trata-se de cidadãos estrangeiros que entraram e/ou permaneceram no território nacional ilegalmente, para além dos que ultrapassam o período de estada autorizado”, explicou.