Internacional Comandante da Polícia Militar preso por omissão no ataque

Comandante da Polícia Militar preso por omissão no ataque

O comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Klepter Rosa Gonçalves, foi preso acusado de omissão durante os atos golpistas e invasão de edifícios públicos em 08 de janeiro por apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Também são alvos de mandado de prisão o ex-comandante e coronel Fabio Vieira, além dos polícias militares Paulo José Ferreira Sousa Bezerra, Marcelo Casimiro Rodrigues, Jorge Eduardo Naime, Fravio Silvestre Alencar e Rafael Pereira Martins.

Em nota, a Procuradoria-Geral da República (PGR) explicou que as prisões e outras medidas têm o objetivo de reunir novas provas das condutas alegadamente praticadas por autoridades policiais do Distrito Federal nos atos de 08 de janeiro.

No entanto, as providências incluem sete prisões preventivas, além de buscas e apreensão, bloqueio de bens e afastamento das funções públicas.

Contudo, os pedidos foram feitos pelo procurador Carlos Frederico Santos a partir do resultado de averiguações realizadas nos últimos oito meses pelas equipas da PGR que atuam nas investigações da invasão e dos atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes.

Em nota, a PGR informa que “ao oferecer a denúncia e requerer as medidas cautelares, o subprocurador-geral da República apresentou relato detalhado das provas já identificadas e reunidas na investigação, as quais apontam para a omissão dos envolvidos.”

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O procurador disse ter constatado que havia profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, “que se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.

De acordo com a nota, há ainda menção a provas de que os agentes – que ocupavam cargos de comando da corporação – receberam, antes de 08 de janeiro de 2023, diversas informações de segurança que indicavam as intenções golpistas do movimento e o risco iminente da efetiva invasão às sedes dos Três Poderes.

“Segundo as provas existentes, os denunciados conheciam previamente os riscos e aderiram de forma dolosa ao resultado criminoso previsível, omitindo-se no cumprimento do dever funcional de agir”, informa o órgão.

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram em 08 de janeiro as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado pelo atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios para tentar derrubar o novo Governo.