A ex-primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, foi detida e entretanto libertada sem acusação, no âmbito de uma investigação às finanças do Partido Nacional Escocês (SNP). Destino de 700 mil euros investigado.
A Polícia escocesa divulgou um comunicado, este domingo, onde dá apenas conta da detenção de “uma mulher de 52 anos suspeita de ligações com a investigação em curso sobre o financiamento e as finanças do Partido Nacional Escocês”, mas, segundo a imprensa britânica, a visada é Nicola Sturgeon.
A anterior líder do governo escocês, que deixou o cargo em abril, é a terceira figura de destaque do partido a ser detida como parte da operação, que investiga irregularidades financeiras no seio do partido e que abalou o sistema político da Escócia.
O marido de Nicola Sturgeon, Peter Murrell, ex-diretor executivo do SNP durante quase 20 anos, e o ex-tesoureiro, Colin Beattie, já tinham sido detidos em abril.
As autoridades estão a tentar esclarecer o destino de 600 mil libras (700 mil euros) que o Partido Nacional Escocês angariou para financiar um novo referendo à independência.
Um porta-voz de Sturgeon disse que a ex-líder do partido e anterior chefe de Governo compareceu voluntariamente a um interrogatório com a Polícia, por quem foi interrogada durante sete horas, antes de ser libertada pelas autoridades, sem qualquer acusação formal.
O processo, aberto desde 2021, permanece “pendente de novas investigações”, informou a Polícia, que não identifica os suspeitos até que sejam acusados e que irá agora enviar um relatório ao Ministério Público.
Oposição pediu suspensão como deputada
Nicola Sturgeon chefiou o governo escocês e liderou o SNP entre 2014 e fevereiro de 2023, altura em que anunciou surpreendentemente a demissão de ambos os cargos, dando lugar a uma mudança no partido, cuja direção foi assumida por Humza Yousaf no final de março. Semanas após o afastamento, Murrell e Beattie foram detidos.
O presidente do Partido Conservador na Escócia, Craig Hoy, apelou à suspensão de Sturgeon como deputada na sequência da sua detenção, um apelo a que também se juntou o deputado nacionalista do SNP em Westminster, Angus MacNeil.
