De acordo com a FAO, conflito, falta de financiamento e alterações climáticas são as principais causas da insegurança alimentar em Moçambique. Agência da ONU recomenda investir na agricultura local e na alimentação escolar.
Dois dos principais instrumentos globais para combater a fome e a pobreza fazem por estes dias um balanço dos progressos e traçam estratégias para o futuro.
Um deles é o Cluster de Segurança Alimentar (CSA), uma organização multilateral criada para garantir acesso a alimentos durante situações de emergência.
Encabeçado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), o cluster reuniu-se esta semana em Roma, representando 32 setores que atuam sobretudo nos países em desenvolvimento.
A crise alimentar no país tem-se agravado em consequência dos conflitos armados, especialmente em Cabo Delgado, que hoje afeta diretamente mais de 1,5 milhão de pessoas.
“O Cluster de Segurança Alimentar consegue neste momento apoiar cerca de 50 mil famílias, tendo a necessidade de apoiar mais 300 mil famílias”, explica Brasilino Salvador, agrónomo da FAO em Pemba.
“Quero deixar claro que, em Cabo Delgado, incluo também os distritos de Mocímboa da Praia, Quissanga e Palma, onde alguns descolados já estão a retornar às suas zonas de origem,” descreve.
A FAO, em coordenação com as estruturas locais, “foi uma das primeiras agências a levar um apoio aos deslocados em termos de meios de produção para a recuperação dos meios de vida, assim como a respetiva assistência técnica”, relata Salvador