O Malawi concedeu recentemente uma licença operacional provisória à African Rail Corporation Limited, para dar início ao transporte ferroviário de combustíveis líquidos a partir do porto de Nacala, em Moçambique.
A licença, com duração inicial de seis meses, servirá de ensaio para o Ministério dos Transportes do Malawi avaliar a eficácia desta empresa nas suas operações, e culminará com a concessão de uma licença definitiva.
A referida empresa fará a rota ferroviária Nacala-Blantyre-Lilongwe e, posteriormente, Beira-Blantyre-Lilongwe.
De acordo com o Diário Económico, que cita a Rádio Moçambique, o presidente executivo e director administrativo da African Rail Corporation Limited, Davies Lanjesi, agradeceu a confiança do Governo do Maláui e assegurou que, dentro dos seis meses, vai trabalhar em estreita colaboração com o Ministério dos Transportes em aspectos técnicos.
O início da utilização do porto de Nacala para a importação de combustíveis e mercadoria diversa ajudará o Malawi aliviar os custos de transporte, a criar postos de trabalho e promover a concorrência no negócio de transporte ferroviário dominado actualmente pela Nacala Logistics.
O ministro malawino dos transportes, Jacob Hara, disse que a aposta pelo sector ferroviário para a importação de combustíveis desde Nacala e Beira irá aumentar a eficiência no sector dos transportes e fornecerá meios alternativos e competitivos de importação de mercadorias.
O anúncio da concessão de licença para o início da importação de petróleos via linha férrea desde o porto de Nacala surge menos de um mês depois da assinatura pelo Presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, e o seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, de vários acordos comerciais, aquando da visita do estadista malauiano a Maputo.
Os dois presidentes visitaram o porto de Nacala, onde Filipe Nyusi considerou o Malawi como cliente prioritário no uso daquela infra-estrutura portuária para o manuseamento de mercadorias diversas. Na ocasião, o Presidente Lazarus Chakwera mostrou-se lisonjeado pelo facto de o seu país merecer uma atenção privilegiada de Moçambique, pois Nacala oferece soluções na componente de transporte de pessoas e bens.
E porque o Malawi também está interessado em ligar-se, via ferroviária, ao porto da Beira, a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, através do seu PCA, mostrou-se disponível para apoiar a sua congénere – a Maláui Railways – na viabilização do projecto de reconstrução da linha férrea do lado do Maláui, a partir da Vila Nova da Fronteira.
Miguel Matabel, que esteve recentemente no Malawi, disse que a predisposição dos CFM em apoiar aquele país tem em vista o breve início das operações, pois não só irão permitir encaixes financeiros para as duas empresas, como também contribuirão para a melhoria de vida das populações residentes ao longo da via.