Cerca de 1500 pessoas regressaram as suas casas no interior da provícia de Cabo Delgado, o anuncio foi dado pelo comandante da polícia em Cabo Delgado, Vicente Chicote, numa zona até agora deserta por causa da insurgência armada.
“Só na semana finda, recebemos mais de 1.500 pessoas que viviam num centro de acolhimento e regressaram à aldeia de Oasse. Recebemos também pessoas oriundas de Palma que voltaram à vila sede de Mocímboa da Praia”, referiu, numa cerimónia pública em Pemba, capital provincial.
A localidade de Oasse fica num cruzamento que dá acesso aos distritos localizados mais ao norte, nomeadamente, Mueda, Mocímboa da Praia e Palma. A insurgência tornou Oasse num local proibido, uma aldeia fantasma, vandalizada pelos grupos armados, um local que a polícia diz agora regressar à vida.
Apesar dos sinais de melhoria nas condições de segurança em Mocímboa da Praia e Palma, o comandante da polícia em Cabo Delgado manifestou preocupação pelo facto de ainda haver ataques pontuais nos distritos de Macomia e Nangade.
“Continuamos a trabalhar até ao último reduto do inimigo, que neste momento se localiza se em Macomia e Nangade, vamos trabalhar até à eliminação do último terrorista”, acrescentou.
Vicente Chicote fez ainda um apelo para que os guardas de fronteira apertem o cerco à vigilância, para não deixarem passar suspeitos na linha que separa Moçambique da Tanzânia, ao longo do rio Rovuma. “Vamos evitar a facilitação, a entrada de pessoas junto das fronteiras. Algumas pessoas quando entram, sufocam a população”, concluiu.
Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.