As pessoas idosas no norte de Moçambique foram “particularmente afetadas” quando não conseguiram fugir de combates entre grupos insurgentes e as forças governamentais entre 2020 e 2021, revela um novo relatório da HRW.
“Mulheres e homens mais velhos foram particularmente afetados” em 2020-2021 “quando não conseguiram fugir dos combates entre um grupo armado islâmico e as forças governamentais, tendo alguns sido queimados até à morte nas suas casas e mortos a tiro ou feridos por fogo indiscriminado, tendo alguns sido queimados até à morte nas suas casas e mortos a tiro ou feridos por fogo indiscriminado”, descreve a HRW no relatório.
“Ninguém é poupado: abusos contra idosos em conflitos armados”, relatório de 48 páginas hoje divulgado pela organização com sede em Nova Iorque, dá conta de várias situações ocorridas entre 2013 e 2021 em vários conflitos armados em África e no resto do mundo e deixa múltiplas recomendações aos governos dos países, organizações e doadores no âmbito do cumprimento do direito humanitário internacional e do direito dos direitos humanos, inclusive no que diz respeito ao fim dos abusos e à minimização dos danos às pessoas idosas.
A onda de violência na província de Cabo Delgado começou em outubro de 2017, quando alegados grupos islamitas armados atacaram uma série de esquadras de polícia, resultando numa resposta militar massiva, que levou à evacuação de aldeias.
Na sequência dos ataques, “as autoridades fecharam mesquitas e detiveram centenas de pessoas sem culpa formada”, recorda o texto da HRW, que inclui casos de violações ocorridas entre maio e junho de 2018 envolvendo ataques de grupos armados.
Os mais velhos correm frequentemente um risco acrescido de abusos durante os conflitos armados, alerta a organização de defesa dos direitos humanos, defendendo que o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve olhar de frente para esta questão.