Ibrahim Rotich admitiu, numa nota deixada em sua casa, ser o assassino da mulher, Agnes Jebet Tirop, recordista mundial dos 10.000 metros de atletismo de estrada, assumindo o crime como o desfecho de uma relação atribulada.
“Agora, temos provas esmagadoras para confirmar o assassinato. O laudo da autópsia e a nota de confissão do suspeito, bem como a descoberta das armas que mataram a atleta – uma faca e uma clava de madeira – são provas fortes”, disse Andolo Munga, das forças policiais.
Segundo as autoridades quenianas, na carta, Rotich assegurava que a relação era “cheia de lutas” e daí tinha resultado a “decisão de acabar com a vida” da mulher, de 25 anos.
No dia 13 de Outubro, as autoridades encontraram o corpo sem vida de Tirop no interior da sua casa, situação que deixou consternado o país e a comunidade do atletismo internacional. No dia seguinte, o marido, principal suspeito, foi apanhado a centenas de quilómetros da casa, em Mombaça, “enquanto tentava fugir da justiça”.
A irmã de Tirop, Evelyin Jepngetich, revelou aos media quenianos que Agnes tinha sofrido várias vezes maus tratos do marido nos últimos meses, o que a levou “a refugiar-se no centro de treinos” da seleção de atletismo do Quénia.
Em 12 de Setembro, e depois de ter sido quarta classificada na prova de 5.000 de Tóquio2020, Tirop fixou o novo melhor registo da história nos 10 quilómetros em 30.01 minutos, na cidade alemã de Herzogenaurach.
A atleta conquistou ainda a medalha de bronze nos 10.000 metros dos mundiais de atletismo de 2017 e 2018. A carreira de Agnes Tirop disparou quando conquistou o título mundial de corta-mato, em 2015, aos 19 anos, tornando-se a segunda campeã mais jovem de todos os tempos.