Irma, uma hondurenha expulsa há pouco tempo dos Estados Unidos para o México, não fazia ideia da visita na terça-feira (08) da vice-presidente americana, Kamala Harris, mas ao tomar conhecimento, não conseguiu esconder o ceticismo sobre uma mudança na situação dos migrantes.
Sua precariedade em um abrigo na mexicana Ciudad Juárez (fronteira norte), onde permanece com dois de seus quatro filhos, e um passado de pobreza e violência em Honduras lhe deixam pouco espaço para criar ilusões com o plano americano de atender as causas da migração ilegal.
“Somos tirados de repente (dos Estados Unidos) e ninguém nos diz nada”, conta à AFP Irma Escobar, de 33 anos, sobre sua expulsão há quatro meses sob o Título 42.
Essa norma foi instaurada em março de 2020 pelo então presidente Donald Trump para prevenir a propagação da covid-19.
Irma conta ter emigrado de Honduras com os filhos de 4 e 12 anos porque uma gangue pretendia recrutar o mais velho à força.
Em seu país, ela trabalhava como cozinheira de dia e lavadeira de noite. Deixou outros dois filhos, de 7 e 9 anos, com sua mãe porque não tinha dinheiro suficiente para levá-los à fronteira entre o México e os Estados Unidos.