Sete profissionais, acusados por governantes angolanos de crimes de injúria e difamação, acusam o Estado de os querer silenciar antes das eleições gerais de 2022.
Os jornalistas protestaram na terça-feira (15.06) junto às instalações da Procuradoria-Geral da República, em Luanda.
Um dos manifestantes, Coque Mukuta, considera que os processos contra jornalistas independentes são uma forma de os tentar intimidar a pouco mais de um ano das eleições gerais, agendadas para 2022.
“Estamos na fase pré-eleitoral e, nesta altura, a maior preocupação [do Estado] é instigar medo na população. Se até os jornalistas deixam de poder falar, toda a sociedade fica inibida de se expressar”, refere o diretor da página de notícias “O Decreto” e correspondente da rádio “Voz da América”.
Mariano Brás (jornal “O Crime”), Escrivão José (jornal “Hora H)”, Lucas Fenguele (“Clube-K”), Carlos Alberto (portal “A Denúncia”), Jorge Neto e Liberato Furtado juntaram-se a Coque Mukuta no protesto na terça-feira.
Muitos deles dizem ter sido alvo de mais de dez processos judiciais, por denunciar casos de corrupção nas instituições do Estado. Algumas das acusações remontam à governação do ex-Presidente José Eduardo dos Santos. Outras são mais recentes.