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terça-feira, abril 16, 2024
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Internacional Africa “Há brancos maus, mas também há pretos maus, há pretos muito maus”

“Há brancos maus, mas também há pretos maus, há pretos muito maus”

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O Presidente angolano classificou na quinta-feira (26), como racistas posições da ativista (‘revu’) Rosa Mendes, filha do deputado eleito pela UNITA (oposição) David Mendes, sublinhando que o que tem de ser combatido é o mal e não a cor da pele.

João Lourenço, que falava num encontro com jovens em Luanda, abordou o tema após a intervenção da ativista cívica, Rosa Mendes, uma das participantes desta iniciativa, onde estiveram representados vários setores e organizações.

Rosa Mendes, que se aproximou cantando antes de iniciar a sua intervenção perante cerca de uma centena de jovens convidados, lamentou não ter sido possível “enterrar o irmão Inocêncio de Matos”, passados 15 dias da morte do jovem, na sequência de uma manifestação e abordou situações de discriminação que vivem as mulheres.

Além das dificuldades por que passam as mulheres ‘zungueiras’ (vendedoras ambulantes) e empregadas domésticas, que estão excluídas dos apoios sociais, Rosa Mendes apontou ainda “a escravidão moderna do setor privado”, de que disse também ter sido vítima.

“Somos escravizados pelos brancos”, acusou a ativista, lamentando que os membros do movimento revolucionário (‘revus’) em Angola, por terem opinião diferente, não sejam reconhecidos, como disse ser o seu caso.

“Peço como pai que é, ajuda-nos, não nos chamem nomes, não nos tratem como arruaceiros porque somos todos angolanos”, apelou, dirigindo-se a João Lourenço.

Rosa Mendes definiu-se como “uma vítima do sistema”, apesar do empenho na batalha pela democracia.

Em resposta, o Presidente afirmou não ter chamado nomes a ninguém: “Vocês é que se auto intitulam de ‘revus’, se é elogio ou pejorativo cada um tira as suas conclusões”.

João Lourenço disse ainda que “os que lutaram pela liberdade deste país eram revolucionários e orgulharam-se muito disso”, pelo que ser revolucionário não é pejorativo.

“Ninguém condena o que estão a dizer, não é condenável, é um direito vosso”, reforçou, salientando que “a revolução deve ser revolução de ideias”.

O chefe do executivo angolano reprovou, por outro lado, o que considerou como declarações racistas.

“Não apoiamos comportamento de xenofobia e racismo de quem vem dizer que não trabalha com os brancos. Há brancos maus, mas também há pretos maus, há pretos muito maus”, frisou, acrescentando: “o que temos de combater é o mal, e não a cor da pele”.

Quanto ao pedido de intervenção para enterrar Inocêncio de Matos, realçou que não depende da sua autorização.

“Isto é só querer fazer espetáculo, eu sei perfeitamente o que tem ocorrido até aqui e por que razão o malogrado ainda não foi enterrado”, afirmou, questionando a intenção da ativista.

“As autoridades impediram o enterro de Inocêncio de Matos? Isso é falso. Alguém impediu?”, questionou, recordando que fez também todos os esforços para que se realizassem as exéquias do líder da UNITA, Jonas Savimbi.