O corpo foi encontrado na cave de um dos edifícios de um complexo abandonado há várias décadas, que desde Fevereiro estava a ser alvo de recuperação. As obras no imóvel, adquirido em Janeiro por 35 milhões de euros, tiveram de ser suspensas.
As obras de restauração costumam reservar surpresas, mas a que obrigou recentemente a suspender os trabalhos de recuperação de uma mansão abandonada em Paris é digna de enredo de filme. Um cadáver, já em decomposição, foi descoberto na cave de um muito selecto imóvel, avaliado em 35 milhões de euros e situado no coração da capital francesa, uma pérola imobiliária que fora vendida em Janeiro, para finalmente ser salvo do abandono a que fora votado há mais de 30 anos.
Resultado do macabro achado, as obras no complexo situado no nº 12 da rua Oudinot tiveram de ser interrompidas.
Segundo o “Le Monde”, o cadáver foi descoberto quando os trabalhadores removiam entulho e limpavam uma pilha de tábuas numa das caves – o imóvel é composto por quatro edifícios e um vasto jardim, agora coberto de mato.
O corpo apresentava marcas de ferimentos, incluindo ossos partidos e sinais de esfaqueamento, o que levou a polícia a abrir uma investigação, por suspeita de homicídio.
O caso não foi logo tornado público. Mas, a partir dos documentos encontrados ainda no cadáver, acabou por ser possível identificar o homem como Jean-Pierre Renaud, tendo a sua morte ocorrido há cerca de 30 anos. Uma fonte da polícia indicou ao mesmo jornal francês que se tratava de “alguém sem residência fixa e com problemas de alcoolismo”.
“Não está claro se morreu na mansão ou se o corpo foi levado para lá, e poderemos nunca descobrir quem foi o responsável. Se foi uma briga, ou algo assim. É bem possível que o próprio assassino tenha já morrido também”, acrescentou a mesma fonte.
Segundo as autoridades, os filhos de Renaud foram localizados e informados.
Sobre o caso, quem nada comentou foi o actual proprietário do complexo, Jean-Bernard Lafonta. O ex-Director da firma de investimentos francesa Wendel, agora chefe de seu próprio grupo industrial, adquiriu-o num leilão, que não durou mais de 15 minutos, e não perdeu tempo para começar as obras.
A recuperação começou em Fevereiro, mas só depois do verão deverá poder ser retomada.