O Governo efectou um pagamento de 52 milhões de dólares ao Brasil, correspondente à uma parte do empréstimo de 125 milhões de dólares para construção do controverso Aeroporto Internacional de Nacala, em Nampula.
Inaugurado em Dezembro de 2014, o Aeroporto Internacional de Nacala, na província nortenha de Nampula, foi construído com base num empréstimo de 125 milhões de dólares norte-americanos, assegurado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) do Brasil.
Com o aval do Estado, o valor foi repassado a empresa pública Aeroportos de Moçambique, que durante vários anos ficou sem pagar as prestações da dívida, uma vez que o empreendimento de Nacala transformou-se num “elefante branco”.
Segundo O País, o Executivo de Filipe Nyusi pagou 52 milhões de dólares norte-americanos em 2019, após a garantia ter sido acionada. Ou seja, está em dívida USD 73 milhões.
Refira-se, que o Aeroporto Internacional de Nacala entrou na “lista negra” da justiça brasileira, numa operação que ficou conhecida por “Lava Jato”. Em causa pagamentos ilícitos da construtora brasileira Odebrecht às autoridades moçambicanas entre 2011 e 2014 (período de construção do aeroporto).
Em julgamento, consta que um dos delatores da Odebrecht, António de Castro Almeida, afirmou que uma funcionária da Câmara de Comércio Exterior da presidência brasileira (Camex) teria recebido 0,1% do valor do contrato para agilizar a aprovação do projecto no órgão (uma das etapas necessárias para lib erar o financiamento no BNDES).
O Aeroporto Internacional de Nacala foi projectado para attender, em media, 500 mil passageiros e manusear cinco mil toneladas de carga por ano. Porém, a realidade no terreno é outra.