“Não sou parva, sei que está a acontecer algo grave em todo o mundo e no meu país, mas se fico em casa, morro à fome, porque vivo disto e alimento os meus filhos sozinha há muitos anos”, diz Joana Angélica.
A vendedora informal fala à Lusa sobre os riscos de continuar a vender numa banca improvisada ao lado de uma paragem de autocarros apinhada de passageiros, face à ameaça de propagação da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Mãe solteira de três filhos, o rendimento diário da venda de legumes que adquire no mercado grossista do Zimpeto, em Maputo, é todo usado para a compra de alimentação e não resta margem para poupança.
“Não saio daqui com mais do que dois mil meticais (27 euros) e com esse dinheiro tenho de voltar ao Zimpeto para comprar produtos para o dia seguinte e pagar todas as minhas despesas”, explica.