Politica Avaliação de 100 dias de Nyusi é irrealista, analistas

Avaliação de 100 dias de Nyusi é irrealista, analistas

Analistas consideram irrealista a avaliação que Nyusi fez sobre os 100 dias do seu segundo mandato como presidente de Moçambique, sobretudo nesta fase da crise da Covid-19 e instabilidade no norte e centro do país.

No discurso de segunda-feira, 27, em Maputo, Nyusi disse que “os primeiros 100 dias da nossa governação ocorreram num ambiente macroeconómico inicialmente favorável, mas a emergência da pandemia da Covid-19 apresentou desafios”.

Nyusi afirmou que o período em referência foi marcado “pela intensificação de ataques de natureza terrorista na província de Cabo Delgado”, que causam insegurança e minam “a nossa soberania, sendo que as nossas forças de defesa e seguranças tudo tem feito para defender as nossas populações”.

Ainda assim, Nyusi destacou o que considera resultados positivos, com realce para a criação de 48,323 empregos.

Para os analistas Mohammed Yassine, professor universitário; e Edson Cortês, diretor do Centro de Integridade Pública, esta avaliação não corresponde à realidade que o país vivenciou nesse período.

“A criação de 48,323 empregos anunciados por parte do Chefe de Estado penso que é um relatório que não muito bem refletido, porque o Coronavírus desafiou o mundo inteiro do ponto de vista de mão de obra, seria anormal que só Moçambique é que tivesse crescimento”, comenta Yassine.

Cortês lamenta que o presidente não tenha dado detalhes “para termos uma ideia sobre os setores que conseguiram passar ao lado da crise e até reinventarem-se de modo a que 48 mil moçambicanos tivessem um emprego formal”.

Para este pesquisador, a situação de insurgência no centro e norte do país não teve uma abordagem elaborada de Nyusi.

“Seria necessário trazer as ideias estruturantes do que ele pensa fazer em termos do assunto Cabo Delgado e da Renamo do Nhongo; porque Cabo Delgado está mais do que visto que não é um assunto que possa a vir a ser resolvido por via militar”.