Politica “Substituir Dhlakama não é fácil” diz Raúl Domingos

“Substituir Dhlakama não é fácil” diz Raúl Domingos

O antigo número dois da Renamo, Raúl Domingos, exortou esta quarta-feira a liderança do partido a optar pelo diálogo para ultrapassar a crise provocada pela ala dissidente da guerrilha.

“O problema dos militares que não aceitam a liderança do presidente Ossufo Momade, é um problema muito fácil de resolver em relação àquilo que foi o conflito Renamo-Governo”, disse Raúl Domingos, em entrevista à Lusa.

Comentando a contestação de uma ala dos homens armados da Renamo à liderança de Ossufo Momade, Raúl Domingos defendeu que deve ser seguido o caminho do diálogo, tal como o partido procedeu nas negociações que levaram ao Acordo Geral de Paz de 1992 com o Governo da Frelimo.

“A Renamo foi capaz de dialogar e chegar a um acordo com o então inimigo, estou a falar dos anos 90, a negociação foi para acabar com a guerra, era uma negociação entre inimigos”, recordou Raúl Domingos citado pela Lusa.

Na sequência das negociações de paz, as duas partes apertaram as mãos e passaram a tratar-se como irmãos, prosseguiu. O político, agora à frente do partido extraparlamentar Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), considerou normal a contestação a Ossufo Momade, tendo em conta que a Renamo está numa fase de transição, após a morte do seu histórico líder, Afonso Dhlakama.

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Devido ao carisma e peso do falecido líder, continuou, a Renamo nunca teve um plano de sucessão nem preparação para esse momento. “Eu acho que é normal, as transições têm sempre trazido dificuldades e substituir uma figura como Afonso Dhlakama não é nada fácil”, concluiu.

O líder da denominada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, autoproclamou-se presidente do partido e contesta a liderança de Ossufo Momade, acusando-o de ser um traidor.

Mariano Nhongo, um tenente-general, acusou Momade de ter prejudicado a organização nas negociações sobre o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo.

Folha de Maputo