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Promotoria do Peru pede 20 anos de prisão para ex-presidente Humala no caso Odebrecht

O Ministério Público do Peru pediu na terça que o ex-presidente Ollanta Humala seja condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção, na primeira acusação formal na Justiça contra um ex-mandatário do país nos casos de subornos vinculados à empreiteira brasileira Odebrecht.

O promotor do caso, Germán Juárez, apresentou as acusações ante um juiz e incluiu na denúncia a esposa e o partido político de Humala por supostamente terem recebido US$ 3 milhões (cerca de R$ 12 milhões) da Odebrecht para a campanha eleitoral presidencial de 2011.

Segundo a promotoria, parte dos recursos entraram nas contas do Partido Nacionalista Peruano, mas outra parte foi utilizada para elevar o património de Humala e sua esposa, Nadine Heredia.

Humala, militar aposentado que governou o país entre 2011 e 2016, nega as acusações e afirma que as investigações são produto de uma “perseguição política”.

“O Partido Nacionalista está incluído como réu para que no caso de se conseguir uma sentença condenatória se pede a dissolução desde partido que foi sido instrumentalizado para lavar dinheiro”, disse Juárez após apresentar a acusação de mais de 1,5 mil páginas.

Ex-directores da Odebrecht, incluindo o ex-chefe da empresa no Peru, Jorge Barata, reiteraram em Fevereiro à promotoria peruana que deram dinheiro para a campanha de Humala a pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil. O ex-militar acabou ganhando a eleição com um discurso radical de esquerda.

Juárez solicitou uma pena maior, de 26 anos de prisão, para Nadine Heredia, a esposa de Humala, a quem também acusa de ocultar bens e de fundos da campanha de 2006, quando Humala tentou pela primeira vez chegar à Presidência do Peru.

Humala passou nove meses preso preventivamente entre 2017 e 2018 pelo caso Odebrecht, que teve uma reviravolta dramática há quase três semanas com o suicídio do ex-presidente Alan García , que deu um tiro na própria cabeça quando a polícia chegou a sua casa para prendê-lo por acusações de corrupção.

O caso Odebrecht atinge quatro dos últimos presidentes do Peru. Além de García e Humala, são acusados de receber subornos da empresa brasileira Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK, que cumpre prisão domiciliar de três anos, e Alejandro Toledo, que vive nos EUA, onde luta contra um pedido de extradição pela Justiça peruana.

O Globo