A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve esta semana cinco indivíduos indiciados no crime de homicídio voluntário, ocorrido no distrito de Guro, província de Manica.
Trata-se de Belinha Chazuca, de 33 anos de idade, natural do distrito de Guro e professora em exercício na Escola Primária de Bunga, considerada mandante do crime, mais quatro indivíduos agora detidos no comando distrital da PRM nesta região do norte da província.
Segundo a PRM, citada pela AIM, Chazuca contratou dois indivíduos para assassinarem a sua própria mãe por, alegadamente, ser feiticeira.
Os dois supostos criminosos, com recursos a um varão de ferro, dirigiram-se, na noite de domingo passado, à casa da vítima onde desferiram golpes que culminaram com a morte da vítima, de 60 anos de idade. Consumado o crime, os malfeitores roubaram alguns bens da finada.
J. Cardoso, de 24 anos de idade, um dos indiciados agora nas celas da PRM, confessa o crime, alegando que praticou a mando da filha da vítima, também presa, em troca de 24 mil meticais e uma casa do tipo três.
“Confesso que cometi o crime juntamente com o meu amigo. Ele me contactou dizendo que a professora Belinha quer que matemos a sua e, em troca, podia nos dar dinheiro e casa. Aceitei porque queria dinheiro”, afirmou Cardoso, revelando terem morto a vítima numa noite, quando ela se encontrava a dormir. O indiciado confirmou também ter levado alguns bens da finada que, posteriormente, escondeu na residência da sua namorada.
“Os meus companheiros podem estar a recusar aqui, porque estamos presos. Mesmo ela, a mandante, está a negar porque fomos descobertos. Ela é que nos contactou para tirarmos a vida da própria mãe porque dizia que era feiticeira e que a sua vida não estava a correr bem por culpa da sua mãe. Por isso, só queria ouvir que ela já não existe. Matamos e roubamos alguns bens, e fomos guardar na casa da minha namorada”, disse.
Por seu turno, Nelsa João, a namorada de Cardoso, confirmou ter recebido, em sua casa, os bens da finada. Contudo, não sabia que se tratava de pertences de uma pessoa assassinada.
“Não sabia que ele acabava de matar alguém. Assustei-me quando a polícia chegou e ouvi que na zona foi assassinada uma senhora. Mais tarde fiquei a saber quem era, porque vi o Bilhete de Identidade dela na pasta da roupa que meu namorado trouxe” – explicou.
Entretanto, o porta-voz da PRM, Mateus Mindú, disse que a captura destes meliantes foi graças a denúncias feitas pela população.
“Fomos informados sobre a ocorrência do crime e começamos diligências na comunidade. Através de algumas fontes foi possível identificar e capturar os indiciados. Já foi lavrado um processo que será entregue ao tribunal. É um trabalho que estamos a fazer com profundidade para saber se há ou não envolvimento da filha no caso”, explicou.
Mindú disse que na zona de Nhantomoca, em Mandie, no mesmo distrito, um cidadão matou, com recurso à enxada, uma cidadã e roubou 800 meticais. O crime aconteceu numa machamba da vítima e foi encontrada depois de alguns dias. Em conexão com o caso, um jovem encontra-se detido, em Guro.
“O corpo apresentava golpes. Trabalhamos e conseguimos localizar o suposto criminoso. Também encontramos a enxada usada no crime com sinais de sangue”’, disse.
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