Quatro indivíduos, três dos quais estão a contas com a Polícia, encontrando-se nas celas do posto policial nº 3 na Massamba, tentaram assaltar um estabelecimento comercial sito no rés-do-chão do prédio comité da cidade, no bairro dos Pioneiros, na Beira.
Os encarcerados respondem pelos nomes de José Tomo, de 30 anos, Armando Joaquim, de 32 e Fernando Mabue, 38 anos, todos residentes na Munhava. Eles foram neutralizados quando alegadamente se preparavam para mais um crime.
Um dos detidos do bando, José Tomo, foi alvejado na perna esquerda pelo seu colega Armando Joaquim, durante a luta com o dono da mercearia, que tentativa proteger-se e evitar o roubo.
Um dos membros do grupo, de nome Gildo, por sinal condutor da viatura usada para assalto, pôs-se em fuga, logo que se apercebeu que os seus comparsas haviam sido descobertos.
Na operação, a Polícia apreendeu uma pistola Makarov e 18.800 meticais na posse dos integrantes da quadrilha neutralizados.
A investida foi frustrada pelo dono da mercearia, quando se apercebeu que estava diante de um grupo de assaltantes disfarçados, que se faziam passar de por clientes.
Os três detidos admitem as acusações que pesam sobre si e apontam Gildo, ora a monte, como sendo o dono da arma e chefe do grupo.
Armando Joaquim, de 32 anos, tido como chefe da quadrilha pelos seus comparsas, em vez de Gildo, admitiu seu envolvimento, mas atribui a liderança do “gang” ao não detido.
“A arma é do meu amigo Gildo, que fugiu. Ele deu-me a pistola para protagonizar assaltos. Não se fui que apertou o gatilho, que resultou no ferimento do meu colega. Mas sei que o disparo aconteceu quando eu lutava com o dono da mercearia, que queríamos assaltar”, referiu.
Adamo Dialo, dono do estabelecimento e vítima do assalto, de nacionalidade guineense, disse os quatro homens, munidos de uma pistola, fazendo-se transportar numa viatura não identificada, surpreenderam-no quando estava no seu estabelecimento.
“Dois dos quatro indivíduos deste grupo, na quinta-feira, chegaram a minha mercearia e fizeram-se passar por clientes. Pediram refresco. Depois de consumir, disseram que só podiam pagar por Mpesa. Eu disse que não tinha Mpesa e começou uma discussão. Um deles tirou 500 meticais, pagou e foram-se embora”, disse.
Ele contou que já ontem, sexta-feira, por volta das 12:00 horas, o mesmo grupo voltou: “Eram quatro bandidos. Chegaram e estacionaram a viatura. Dois entraram na mercearia e pediram leite fresco e bolachas. Eu os servi. Só que quando estava a arrumar, notei um gesto estranho neles e desconfiei que estava perante grupo de assaltantes. Foi daí que fechei a porta de entrada e ficamos trancados. Um deles tirou arma e eu fui directamente lutar com ele. As pessoas, quando se aperceberam, amotinaram-se do lado de fora”.
Adamo Dialo acrescentou que durante a briga com Armado Joaquim, homem que estava na posse da arma, acabou baleado nas pernas o seu colega José Tomo.
Ele contou que enquanto a confusão continuava no interior, populares estavam a preparar-se para linchar o grupo. O pior não aconteceu porque a polícia chegou. “É a segunda vez que este grupo me rouba. A primeira foi em 2016. Por isso reconheci o Armado”, referiu.
Segundo Daniel Macuácua, porta-voz do comando da PRM em Sofala, bando vem protagonizando actos contra a segurança pública há algum tempo, com recurso à arma de fogo.
Ele afirmou ainda que foram já abertos os processos-crime e decorrem diligências com vista à captura e detenção de um elemento foragido.
Diário de Moçambique