Os residentes do bairro de Mananga, na unidade “D”, na Beira, viveram dias difíceis, semana finda, após terem achado sacos plásticos contendo pedaços esquartejados de um corpo humano.
A situação, que chocou os moradores daquele bairro, é descrita como preocupante e lamentável, pois, segundo eles, aquela é a primeira vez que um caso, do género, acontece na zona.
O “Diário de Moçambique”, que esta semana escalou Mananga, não foi a tempo de ver o referido embrulho, uma vez que foi removido, no mesmo dia, para a morgue do Hospital Central da Beira, por uma equipa de peritos e do Conselho Municipal da Beira.
Até ao momento, ainda não indiciados no caso, mas decorrem investigações no bairro e arredores visado apurar o autor do crime e as circunstâncias em que ele ocorreu.
O secretário da unidade “D”, em Mananga, Francisco Macongere, revelou à nossa Reportagem que as partes separadas do corpo foram achadas por populares no caminho e nele, sendo visíveis braços e pernas com as articulações dos joelhos e dos cotovelos separados, com recurso a um instrumento que se presume seja uma faca.
“Não sabemos quem e de onde vieram aqueles plásticos. Eles foram achados cerca das 14:00 horas de terça-feira passada, no caminho, quando estavam a ser arrastados por um cão. Um morador daquela área estava a passar e de repente viu o seu cão a arrastar os sacos plásticos, tentou ver o que era e descobriu que, afinal de contas, se tratava de peças de um corpo humano esquartejado. Não tinha cabeça”, disse Macongere, acrescentando ser triste o cenário vivido pelos residentes daquele bairro na referida terça-feira.
“Muitas pessoas, curiosas, ocorreram ao local, mas ninguém tinha a coragem de abrir os sacos. No local espalhava-se um cheiro nauseabundo. Não há quem não saiu lágrimas naquele dia”, explicou a fonte.
Segundo Macongere, Mananga ficou cerca de quatro dias sem energia, devido a uma avaria, e calcula-se que o indivíduo que terá cometido o crime, conservava o embrulho contendo os referidos órgãos humanos dentro de um congelador na sua casa.
“Acho que a pessoa já não tinha outro recurso para continuar a conservar aqueles pedaços e achou, por bem, deitar na via pública. Não sabemos se era para que fins, mas é uma situação lamentável e repugnante”, comentou Macongere.
Alberto Veremo, comerciante, disse ter sido difícil ver partes de um corpo humano esquartejados e colocados em sacos plásticos.
“Não sei como alguém pode ter coragem de fazer aquilo. Os órgãos foram removidos daquele local horas depois por uma equipa de peritos. O carro do Conselho Municipal é que carregou as partes para a morgue do Hospital Central da Beira”, disse.
Sérgio Correia, dono do cão que descobriu os plásticos, referiu ter vivenciado o momento com muita nostalgia e espanto. “Eu saia de casa para o mercado comprar limão. De repente vi meu cão a morder os plásticos e quando parei para ver o que era, de repente vi um braço humano a sair do saco. Fiquei assustado e “girei” o cão. Depois chamei a Polícia na 11ª esquadra”, explicou.
Entretanto, as autoridades policiais dizem estar atentas e a seguir todas as pistas possíveis que possam desembocar na captura dos possíveis autores do referido crime macabro.
Uma fonte ligada ao caso disse que apesar de naquela zona e arredores não ter sido reportado rapto e ou sequestro de alguém, a Polícia está a trabalhar com todo afinco para esclarecer o caso.
“É nosso interesse esclarecer este caso. Ainda não temos nenhuma pista, mas estamos a fazer de tudo para colocar os autores a responderem por este crime. Além de ter abalado o bairro, este caso tirou sossego a muita gente”, disse a fonte que, no entanto, preferiu falar na condição de anonimato.
Diário de Moçambique