Internacional Drogas ilícitas matam 190 mil pessoas por ano em todo o mundo

Drogas ilícitas matam 190 mil pessoas por ano em todo o mundo

Todos os anos morrem, em média, 190 mil consumidores de drogas ilícitas, cujo tráfico via crime organizado abre portas à corrupção, lavagem de dinheiro e terrorismo, referiu uma agência das Nações Unidas.

Numa nota distribuída à imprensa por ocasião do Dia Internacional contra o Abuso de Drogas e Tráfico Ilícito, a celebrar na próxima segunda-feira, o director executivo do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e Crime (UNODC), Yuri Fedotov, realça o “impacto severo” que os estupefacientes ilegais têm na saúde, desenvolvimento, paz e segurança.

O consumo de droga, que mata cerca de 190 mil pessoas anualmente, debilita os doentes com HIV, hepatite e tuberculose, enquanto o tráfico alimenta a lavagem de dinheiro e o terrorismo mortal e a corrupção utilizada no crime organizado existe ao longo de toda a cadeia de abastecimento (de drogas ilegais)“, lembra o responsável da UNODC.

Fedotov recorda também que, numa tentativa de obter uma resposta colectiva a todos estes desafios, a comunidade internacional, por unanimidade, aprovou um documento na sessão especial da Assembleia Geral da ONU que integra mais de uma centena de recomendações destinadas a conter o problema das drogas ilícitas.

As recomendações, obtidas através de consenso internacional, realçam a necessidade de se conseguirem realizar tratamentos e cuidados médicos a baixo custo, sobretudo nas prisões, e medidas para reduzir a expansão do vírus HIV e outras infecções“, relembra-se no comunicado.

Fedotov destaca que, no Relatório Mundial sobre Droga 2017, recentemente divulgado, é manifestado “outro fenómeno preocupante”, a relação entre drogas, crime e terrorismo.

Para dar apenas um exemplo, os terroristas e grupos armados não estatais lucram com o tráfico de droga. Segundo algumas estimativas, mais de 85 por cento do cultivo de ópio no Afeganistão acontece nos territórios controlados pelos Talibã. À medida que as novas ameaças surgem, incluindo as metanfetaminas e as novas substâncias psicoativas, aprofundam-se também as velhas ameaças“, acrescenta-se.

Segundo Fedotov, os modelos de negócio estão também sempre a evoluir, contando para tal com o aumento da importância do cibercrime.

Antes vistos como um actor “marginal” no desenvolvimento mundial, a droga e os crimes com ela relacionados estão agora a ser encarados como uma “obstrução” à concretização da Agenda 2030 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), sobretudo nas metas 3 (Saúde) e 16 (Sociedades Pacíficas).

A nossa resposta baseia-se no trabalho muito próximo com os parceiros na prevenção das drogas e do crime que permite alimentar a instabilidade e minar o desenvolvimento, a paz e os direitos humanos“, acrescenta Fedotov no comunicado.

DN