Os accionistas do Moza Banco SA não cumpriram a decisão que tomaram a 23 de Janeiro último, durante uma Assembleia-Geral, de aumentar o capital social, com o intuito de repor o equilíbrio financeiro e o cumprimento dos rácios prudenciais em vigor em Moçambique.
Para o efeito, haviam fixado o prazo de 23 de Março, para que pudessem exercer o direito de preferência na recapitalização do Banco.
Findo o prazo, segundo um comunicado de imprensa do Banco de Moçambique recebido pela AIM, os accionistas do Moza Banco SA não cumpriram com os requisitos estabelecidos para o exercício do direito de preferência na recapitalização da instituição.
“Em face do acima referido e nos termos do comunicado emitido pelo Banco de Moçambique no dia 5 de Dezembro de 2016, o Conselho de Administração Provisório em coordenação com a Comissão de Avaliação, continuam com o processo de recapitalização do Moza Banco SA“, refere o comunicado.
O Banco de Moçambique faz questão de frisar que a estabilidade do sistema financeiro e o reforço da confiança no futuro do Moza Banco SA são os principais objectivos do processo de recapitalização ora em curso.
Sendo assim, assegura ao mercado, aos clientes e ao público em geral que o Moza Banco SA continua a funcionar dentro da normalidade.
Refira-se que em finais de Setembro último o Banco de Moçambique decidiu suspender os membros do Conselho de Administração e da Comissão Executiva do Moza devido a degradação da situação financeira do banco. O rácio de solvabilidade do banco havia caído abaixo do mínimo exigido.
Na altura, nomeou um Conselho de Administração provisório, presidido por João Figueiredo, para conduzir o banco até à normalização da situação.
Um pormenor interessante é o facto de o valor do aumento de capital social no montante de 8,170 mil milhões de meticais, que os accionistas se haviam comprometido em realizar, coincidir com o montante investido pelo Banco de Moçambique na sua intervenção ao Moza.
Falando em conferência de imprensa havida em Dezembro, o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, anunciou que a instituição que dirige já tinha investido oito mil milhões de meticais desde a sua intervenção em finais de Setembro de 2016.
AIM