Lágrimas no rosto, e um olhar triste que retrata a história de gente que tanto sofre devido a um tipo de indivíduos que usam o poder para usurpar terrenos, por outro lado uma angústia de gente que se mostra indignada com a actuação da edilidade local.
No passado dia 23 de Outubro do ano em curso (sexta-feira), um grupo de munícipes munidos de paus, residente no bairro Rumbana 3, arredores da cidade da Maxixe, amotinou se primeiro de fronte da esquadra da PRM para pedir justiça e depois de fronte do conselho municipal para exigir a devolução dos seus terrenos.
Os munícipes acusam o conselho municipal de ter ocupado e vendido terreno a um singular identificado pelo nome de Dauto Jualay sem antes reunir se com os moradores daquele bairro para ouvir a decisão destes, facto que levantou uma grande manifestação da população clamando socorro contra a má actuação da edilidade local.
Segundo Mário um dos lesados ou seja um que também corre risco de perder o seu terreno conta que este caso é de desde 2004, o senhor Dauto Julay sempre vinha ameaça-los e com promessas de tira-los a força caso não saíssem do terreno pela livre vontade a procura de outro sítio para morar. O caso já foi apresentado a varias instâncias competentes o caso da polícia depois ao tribunal e finalmente ao conselho Municipal, mas de lá para cá não houve nenhuma satisfação. O terreno em causa pertence a mais de trinta famílias e mede cerca de 76 mil hectares.
“Aqueles terrenos são dos nossos bisavós, eles morreram e deixara para os nossos avós que por sua vez alguns deles morreram e deixaram para os nossos pais, e nós nascemos e crescemos la e nunca tínhamos recebido nenhuma ameaças por causa daquele terreno, em 2004 apareceu o senhor Dauto Julay a julgar se proprietário do terreno, ouve uma grande discussão ate que se rendeu, já este ano o mesmo sujeito volta com uma equipe da policia e começam a demarcar os talhões, nós como proprietários intervimos mas não resultou em nada pós não temos poder e nem dinheiro”, disse acrescentando que depois da confusão um grupo de munícipes daquele bairro foi ate ao conselho municipal apresentar este caso, uma semana depois uma equipe comandada pela Directora dos Serviços Urbanos no Município da Maxixe (Teresa) deslocou se ao terreno para acompanhar de perto o caso, e depois do contacto com a população aquela responsável dos serviços Urbanos, garantiu aos moradores a continuarem a viverem tranquilamente que ninguém corria o risco de ser despejado, só que as suas promessas não foram alem de uma mentira, em menos de uma semana o mesmo sujeito que se julga ser o proprietário do espaço volta com um topografo (o antigo governador de Inhambane) para demarcar os talhões, na companhia de um segurança fortemente armada Pateguana foi cumprindo as ordens do patrão. Alias no mesmo terreno constava do plano do conselho Municipal a construção do parque de estacionamento de viaturas ou seja um terminal de automóveis.
Outro facto curioso é que depois das queixas que os moradores apresentaram ao tribunal distrital, nunca foram notificados para participarem duma audiência, tendo sido apenas convocado o senhor Dauto Julay para lhe ser apresentado a sentença e lhe dando todos os benefícios de uso e aproveitamento de terra. Para os populares a sentença apresentada pelo Dauto Julay é falsa por isso promete levar o caso até as ultimas consequências caso o Município não resolva o mais breve possível esta preocupação.
Já Pedro também um dos lesados mostra se muito indignado com a edilidade por este não estar a zelar pelo bem dos munícipes, o nosso interlocutor conta ainda que surpreendeu se apenas por ver a presença do senhor Dauto Julay acompanhado pelo Francisco Pateguana este ultimo antigo governador da província de Inhambane a demarcar os talhões, e porque ninguém foi comunicado sobre este assunto não permitiu que o senhor Dauto e o seu cúmplice “Pateguana” hoje que exerce as funções de topógrafo continuasse com os trabalhos de demarcação fato que levou as duas parte a chegarem a um desentendimento.
Por seu turno Rodolfo Pedro diz que o problema de tudo isto é o senhor Dauto Julay que alicia os vereadores por alguns trocados para alcançar os seus objectivos.
Entretanto mesmo sem gravar a entrevista o porta-voz do conselho municipal Ernesto Jacob que mostrou se surpreso com este caso prometeu reunir se com os lesados e o senhor Dauto Julay para averiguar o caso e se uma das parte apresentar documentos que provem que goza de direito de uso e aproveitamento do espaço lhe será atribuído o titulo, e caso as duas parte apresentem documentos que comprovem que são proprietários vai se buscar também um meio termos para que ambas partes saiam a ganhar.
De referir que durante as manifestações, 6 famílias foram detidas pela policias da Republica de Moçambique na cidade da Maxixe, por simplesmente terem desenterrado paus que serviam de sinais da demarcação de talhões feita pelo senhor Francisco Pateguana, o mandato de prisão foi autorizado pelo senhor Dauto Julay como forma de mostrar as famílias o quão ele é poderoso, e por sua vez a policia obrigou as 6 famílias presas a pedir perdão por escrito ao senhor Dauto Julay e aceitarem que o tereno o pertence
Dado mais curioso é que Dauto Julay é proprietário de maior parte dos terrenos que existem no Município da Maxixe, que segundo algumas fontes teve das mãos dos colonos portugueses que estava em Moçambique concretamente na província de Inhambane.
Anastácio Marcelino