O escritor Günter Grass morreu esta segunda-feira, aos 87 anos, num hospital de Lübeck, onde fora internado com uma infecção respiratória. Prémio Nobel da Literatura em 1999, 40 anos após ter publicado um dos mais extraordinários romances da literatura universal, O Tambor de Lata (1959), Grass foi, mais do que nenhum outro autor alemão seu contemporâneo, a memória e a consciência crítica da Alemanha do século XX.
A obra “O Tambor”, publicada em 1959, valeu-lhe notoriedade internacional e tornou-se um clássico da literatura. Faz a crítica social e dos costumes da sociedade alemã, antes e depois da II Guerra Mundial.
Em 2005, já depois de ser laureado pela Academia Sueca, a polémica em que Grass sempre esteve envolto atinge o auge. Na autobiografia A Passo de Caranguejo, o escritor de nacionalidade alemã admite a integração nas forças Waffen-SS, o braço direito militarizado de Adolf Hitler, aos 17 anos.
Grass venceu o Prémio Nobel da Literatura em 1999.
Para além da prosa, o escritor dedicou-se também à poesia, teatro, artes gráficas e plásticas. Günter Grass colaborou recentemente como ilustrador do livro inédito de José Saramago “Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas” (Porto Editora), publicado em 2014.