A época chuvosa é propensa à ocorrência de casos de diarreias e cólera, associados ao deficiente saneamento do meio e às práticas de higiene individual e colectiva nocivas.
Desde o mês de Dezembro, a província de Nampula foi acometida pelo surto da cólera. Nos meados do mês, os casos alastraram-se para Niassa e, agora em Tete, atingiu-se um universo de 2464 casos, distribuídos em 986 para Nampula, 348 em Niassa e 1130 em Tete.
Dados revelados pela Directora adjunta de saúde pública, Maria Benigna Matsinhe, afirmam que a cólera já fez 28 óbitos e uma taxa de letalidade de 1% desde a sua eclosão.
Benigna Matsinhe mostrou-se preocupada com os números alarmantes, principalmente na Província de Tete onde dão entrada 70 a 74 casos diários e, segundo ela, a cólera é uma doença altamente contagiosa e de disseminação rápida.
O deficiente saneamento do meio, associado ao consumo de água não tratada, sistemas de abastecimento obsoletos, fecalismo a céu aberto e as práticas de higiene individual e colectiva não observadas, constitui a principal causa da eclosão de doenças diarreicas, incluindo a cólera.
Face a esta situação, o posicionamento do Ministério da Saúde (MISAU) é aumentar o reforço da comunicação de modo a evitar a desinformação naqueles pontos do país.
Matsinhe afirmou ainda que o MISAU tomou como medidas preventivas, uma campanha publicitária que será levada a cabo em parceria com os órgãos de comunicação social nas zonas afectadas. Foram igualmente instaladas brigadas do ministério para proceder à distribuição de certeza, e efectuar visitas porta-a-porta para observar as práticas de higiene individual e colectiva, bem como o saneamento do meio.
Refirir que embora o surto da cólera tenha eclodido em Nampula, a taxa de letalidade em Tete é maior, ou seja, o número de casos em Tete tende a crescer significativamente.