A Escola Primária Unidade 29, no Bairro Jorge Dimitrov, vulgarmente conhecido como Bairro do Benfica, tem preocupado os residentes daquele local, isto porque a mesma tornou-se uma paragem de águas turvas, oferecendo vários perigos às pessoas que vivem nas redondezas.
Não obstante, a escola tem sido usada como depósito de lixo e a quantidade de capim que nela se encontra propicia a habitação de animais como ratos, sapos, cobras e outros com o qual o homem não convive.
Alunos que por lá passaram e alguns encarregados de educação, revelaram ao MMO que a situação perdura há muitos anos e acusaram a direcção da escola, bem como o governo de nada fazerem para melhorá-la.
“Quando chove enquanto os miúdos estão no período de aulas, estas são paralisadas e as crianças ficam muito tempo sem ir à escola. Estudei aqui em 2006 e 2007, onde fiz as 6ª e 7ª classes e a situação já era esta”, disse Miguel, acrescentando que nas condições em que a escola se encontra, dificilmente será possível arrancar com o ano lectivo.
“De acordo com a minha experiência, depois que se fizer a abertura do ano lectivo, os alunos permanecerão um tempo em casa, a espera que as condições melhorem e que a água seja drenada. Sempre que chove, observa-se um tempo de paragem pois as salas ficam inundadas e outra alternativa é aglomerar alunos de classes diferentes nas mesmas salas, o que interfere na aprendizagem dos mesmos”, revelou.
Segundo Samito, outro jovem que fez o ensino primário naquela escola, “a única solução seria reabilitar a escola e criar nela um sistema de drenagem. Contratar pessoas para limparem o espaço e drenarem as águas que por aqui param, por si só, não resolve nada e isso está mais do que claro, pelo tempo que se vem aplicando esse método.
Os nossos interlocutores revelaram ainda que no ano passado a escola Unidade 29 teve a oportunidade de receber carteiras, mas hoje as mesmas encontram-se degradadas, devido à falta de meios para a sua conservação.
Entretanto, o Ministro da educação e Desenvolvimento Humano, Jorge Ferrão, visitou aquela escola para apurar de perto o estado em que a mesma se encontra e, segundo afirmou, urge a necessidade de fazer um trabalho exaustivo, para que se possa arrancar com o ano escolar.
“Na realidade, o que nós queremos é tomar poço do trabalho preparatório para o arranque do ano lectivo. Como vocês sabem, nós temos uma pressão muito grande devido a toda explosão demográfica que existe no país para pôr as crianças na escola e, naturalmente, não existem condições para oferecer o melhor para essas crianças”, disse Ferrão.
Jorge Ferrão assume que um trabalho de drenagem, por si só, não passaria de uma resolução a curto prazo, pelo que “temos que encontrar apoios para a escola, pois é necessário proceder a uma reabilitação. Por aquilo que constatei, esta é a escola em piores condições entre as 48 escolas primárias que nós temos aqui no distrito urbano. Pelo menos existem carteiras, mas o resto não está bem. É preciso colocar portas na escola, janelas, melhorar a pintura, entre outras coisas”, frisou.
Saliente-se que o arranque do ano lectivo está agendado para o próximo dia seis de Fevereiro, em todo território nacional.