A solidariedade nacional para com as vítimas das cheias e inundações, que afectam particularmente as regiões centro e norte de Moçambique, tem vindo a registar uma forte participação, tendo já ultrapassado a cifra de 18 milhões de meticais (equivalente a mais de 535 mil dólares), anunciou, nesta quarta-feira, o governo.
Falando em conferência de imprensa, no término da 3ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, havida nesta quarta-feira, em Maputo, o porta-voz do governo, Mouzinho Saíde, disse que o apoio verifica-se ao nível das várias instituições religiosas, partidos políticos, e organizações sociais. As contribuições incluem valores monetários, produtos alimentares e não alimentares.
As cheias afectaram cerca de 177 mil pessoas, ou seja, mais de 33 mil famílias, provocando 158 óbitos e 69 feridos.
As inundações também destruíram 654 escolas, afectando mais de 150 mil alunos e mais de 1.200 professores.
Pelo menos 100 casas de culto e sete unidades sanitárias ficaram destruídas, bem como 86 mil hectares de culturas diversas.
Segundo Mouzinho, os níveis das águas estão a baixar na bacia do Zambeze. Na bacia do Licungo também está-se a verificar um agachamento do nível das águas, embora permaneça o cenário das inundações. Na bacia do Rovuma, verifica-se que o nível está a subir ligeiramente.
Nas bacias do Umbelúzi, Goba e Inkomati, verifica-se uma oscilação no nível das águas, mas sem atingir níveis de alerta. As restantes bacias do país apresentam-se abaixo do nível de alerta.
Para garantir o transporte de pessoas e bens, o governo alocou 10 embarcações e cinco helicópteros.
Saíde, que também ocupa o cargo de vice-ministro da saúde, informou que os dois helicópteros que haviam sido disponibilizados pelas Forças Armadas da África do Sul, concluíram a sua missão no final do mês passado.
Nas províncias de Niassa e Zambézia, norte e centro, as autoridades governamentais enceraram os centros de acomodação transitórios, e as pessoas já foram encaminhadas aos centros de reassentamento.
Para garantir um reassentamento adequado das populações, foram demarcados novos talhões, dos quais, 456 foram ocupados.
Nesses locais, o governo tem vindo a distribuir kits de abrigo, redes mosquiteiras e outros insumos.
Os kits incluem material escolar de modo a garantir o início normal das aulas.
Em termos de transitabilidade das vias de acesso, prosseguem as acções para a reposição das estradas e pontes destruídas pelas chuvas.