Cerca de 52.537 mulheres que frequentavam o ensino superior em Moçambique em 2013, contra um total de 41.553 mulheres que frequentavam o ensino superior em 2010. Neste intervalo de tempo, a percentagem de mulheres a frequentarem o ensino superior foi de 39 porcento em 2010 e 41 porcento em 2013.
Este aumento proporcional da população estudantil feminina no ensino superior, visa educar e formar este grupo social maioritário do nosso país e melhorar as condições de vida dos moçambicanos diante dos novos desafios económicos e sociais.
Estes dados foram revelados na manha desta quinta-feira, pelo vice-ministro da Educação Arlindo Chilundo à margem da Conferência sobre Equidade de Género no Ensino Superior que se realiza sob o lema “Por um Ensino Superior de Qualidade e Relevante para Todos”.
A conferência tem como objectivo, examinar em termos de género o acesso dos estudantes ao Ensino Superior, identificando as diferenças existentes entre homens e mulheres na percepção das suas escolhas de formação e profissionais, assim como os factores escolares e sociais que influenciam estas escolhas;
Segundo Chilundo, a participação feminina no ensino superior continua a ser um desafio premente e comum para o país, cuja efectivação conta com as iniciativas interinstitucionais e constantes reflexões para encontrar respostas mais ajustadas a cada momento.
“A realização desta conferência sobre a Equidade de Género no Ensino Superior é uma sublime oportunidade que o Ministério da Educação identificou para partilhar experiências e visões sobre o desenvolvimento desta abordagem no ensino em Moçambique”, disse.
Ainda de acordo com Chilundo as instituições de ensino superior têm a missão de formar técnicos com elevado grau de qualificações em diferentes áreas de conhecimento sem discriminação nenhuma, daí que a cooperação e o intercâmbio devem constituir prioridades para a resolução de problemas a que a sociedade está exposta, decorrentes das rápidas mudanças sociais, económicas, políticas e ambientais.
“Assim, espera-se que este encontro ofereça uma contribuição em ferramentas necessárias para aglutinar todos os saberes e experiências, visando consolidar os trabalhos já iniciados e em curso no âmbito das reformas do ensino superior no nosso país, na região e no mundo”, referiu.
Por seu turno, a Embaixadora do Reino dos Países Baixos em Moçambique, Frédérique de Man, reconheceu a crescente participação da mulher no ensino superior, mas chamou atenção para a necessidade de se continuar a desenvolver esforços visando suprir as barreiras que as raparigas enfrentam no ensino secundário, apesar da paridade atingida no nível primário.
Dentre as barreiras, de Man apontou a distância casa-escola-casa, o ambiente na escola que pode reduzir o interesse da rapariga em estudar, o assédio sexual, a gravidez precoce, o casamento prematuro, entre outras.
Segundo a diplomata, somente 20 por cento das raparigas completam o ensino secundário, o que significa que as fragilidades estruturais a nível primário e secundário condicionam directamente a participação da mulher no nível superior.
De Man considera que o maior desafio vai ser o de trazer soluções de como o ensino superior pode contribuir para a equidade do género.
Para tal, desafiou o ensino superior a formar decisores, líderes e gestores dotados e mais conscientes com relação às desigualdades de género.