Destaque Governo e Renamo continuam no impasse em relação a cessação das hostilidades

Governo e Renamo continuam no impasse em relação a cessação das hostilidades

As delegações do Governo e da Renamo voltaram a não alcançar consenso em relação a homologação da declaração da cessação das hostilidades.

As partes voltaram a reunir-se esta segunda-feira, 18 de Agosto, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, na 72ª ronda das negociações políticas para discutirem a melhor forma da homologação dos documentos para o fim das hostilidades por parte do Presidente da República, Armando Guebuza, e do líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

O partido Renamo voltou a insistir que a homologação pode ser feita através da troca de correspondência, defendendo que o seu líder só poderá vir a Maputo depois das garantias cobertas pela declaração de cessar-fogo.

O Chefe da delegação da Renamo nas negociações, Saimone Macuiane, disse na ocasião que o seu partido veio preparado para em definitivo declarar o cessar-fogo, mas a delegação do Governo mostrou-se indisponível.

 “Nós, a Renamo, marcamos o nosso compromisso com o nosso povo, com total abertura para haver cessar-fogo, mas da parte do Governo ainda não há esta abertura. Significa que se até hoje não há cessar-fogo deve-se ao facto do Governo ter dito que não está em condições para cessar-fogo”, afirmou Macuiane.

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O chefe da delegação da Renamo garantiu que a retirada do seu líder das matas da Gorongosa depende unicamente da homologação da declaração do fim das hostilidades.

Por seu turno, o chefe da delegação do Governo, José Pacheco, continua firme na proposta da homologação na forma tradicional, ou seja, que o chefe de Estado e, o líder da Renamo estejam presentes no acto da homologação, mas diz que irá analisar a proposta avançada pela contraparte.

 “O desafio é termos garantias de que isso (a homologação) possa ser feito e confortar as partes e aos moçambicanos. Não há dúvidas que o ideal seria um acto público, dada a solenidade que este processo tem, em que todos assinavam e trocavam publicamente os documentos em mão, mas se existe alguma dificuldade de se fazer este acto público nós como o Governo vamos continuar a aprofundar”, referiu Pacheco.

A Renamo defende que os três documentos assinados nomeadamente, o Memorando de Entendimento, Mecanismos de Garantia e os Termos de Referência de Missão de Observadores Militares Internacionais devem ser submetidos a aprovação da Assembleia da República para posterior promulgação e publicação no Boletim da República.