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Transportes semi-colectivos de passageiros Município e associações colaboram com “chapeiros” no encurtamento das rotas

Perante a incapacidade das autoridades municipais e das associações dos transportadores, os operadores dos transportes semi-colectivos de passageiros, conhecidos como “chapas”, estão a perpetuar desmandos que têm no encurtamento da rota o seu ponto máximo, para desespero dos cidadãos. 

Nem as denúncias dos passageiros às autoridades municipais têm surtido os efeitos desejados, uma vez que muitos agentes, tanto da Polícia como das associações, são considerados permissivos face aos comportamentos dos motoristas e dos seus cobradores a troco de valores monetários que variam entre os 50 e os 100 meticais.
Actualmente os “chapeiros”, como são vulgarmente conhecidos os transportadores semi-colectivos, adoptaram novas maneiras de encurtar as rotas. Tal procedimento ocorre nas horas de ponta, ou seja, nas primeiras horas da manhã e no fim do dia, quando as pessoas têm necessidade de ir para o seu local de trabalho ou pretendem regressar a casa.

O sistema consiste na dupla cobrança aos passageiros que pretendam apanhar o “chapa”. Caso o passageiro diga ao cobrador que o seu destino é onde termina o carro ou a 60 ou 80% da distância do ponto de partida para a chegada, o passageiro está sujeito a ficar a “secar” na paragem. 

Os munícipes de Maputo, embora sem outras soluções senão aceitarem as humilhações a que são sujeitos nas horas de ponta, estão descontentes com o encurtamento de rotas praticado pelos operadores de transportes semi-colectivos de passageiros.

O problema é grave nos períodos da manhã e da tarde, altura em que o movimento da procura de transportes é maior.
O fenómeno também afecta em grande medida os alunos, que são obrigados, neste período, a fazer ligações para poderem chegar aos seus destinos.

Na verdade, o que deixa os munícipes ainda mais revoltados é o facto de a Polícia Municipal se manter em silêncio, mesmo com as denúncias frequentemente a si dirigidas, para além da sua ausência total nos terminais.

Polícia Municipal reconhece a sua incapacidade

Contactado pela Reportagem do Canalmoz na tarde do passado domingo, o porta-voz do comando da Polícia Municipal da cidade de Maputo, Joshua Lai, disse que a sua corporação reconhece o fenómeno, e declarou que, apesar de que estão em curso medidas que visam travar os encurtamentos, “é difícil ultrapassar”.

“Reconhecemos que há novos fenómenos de encurtamentos associados a ligações forçadas e duplas cobranças”, afirmou Joshua Lai, acrescentando: “Vamos trabalhar com as associações para ver se podemos conter a situação”.

O porta-voz da Polícia Municipal anunciou que as medidas vão consistir em obrigar os automobilistas a, quando chegarem aos terminais, descarregarem os passageiros que vêm a bordo em situação de ligação, como forma de dar prioridade aos que se encontram nas bichas nos terminais. “Terão que desembarcar os passageiros que fazem ligações, para darem prioridades aos que estão no terminal. Talvez isso poderá forçar os automobilistas a não permitirem ligações ou duplas cobranças”, disse a nossa fonte.

Segundo Joshua Lai, na segunda-feira, a Polícia vai estar no terminal do Zimpeto para verificar o que está a acontecer, devido à existência de denúncias dos munícipes dando conta de que os semi-colectivos não aceitam carregar no interior do parque os passageiros que não possuem cargas, como forma de poderem cobrar a carga e o passageiro.