Desde o início do conflito armado, em Abril do ano passado, nas regiões de Mucosa, Vunduzi e Casa Banana, pelo menos duas mil pessoas padecendo do HIV/SIDA e de tuberculose abandonaram o tratamento antirretroviral no distrito da Gorongosa, província de Sofala.
Segundo a médica-chefe distrital da Gorongosa, Neusa Joel, dos mais de três mil pacientes diagnosticados com tuberculose associada ao HIV/sida, apenas 1.350 é que comparecem sempre às unidades sanitárias para receberem medicamentos.
Todos alegam que desistiram do tratamento com medo de morrer. Alguns simplesmente não vão ao hospital para consultas. A situação está a preocupar as autoridades da Saúde na Gorongosa, visto que já se regista um aumento de casos de tuberculose resistente, cuja causa se circunscreve à chegada tardia de doentes às unidades sanitárias, bem como à desistência de tomar a medicação.
Das 3.404 pessoas previstas para serem diagnosticadas, apenas 1.356 estiveram presentes, e, deste número, 1000 tem tuberculose.
A médica-chefe distrital da Gorongosa revelou que a doença continua a ser um sério problema de saúde pública, agravado pela prevalência de HIV nos doentes. Em 2013, a taxa era de 59,6% em todo o distrito.
Três unidades sanitárias encerradas
No distrito da Gorongosa, pelo menos três unidades sanitárias que atendiam mais de 32 mil famílias nas regiões de Casa Bana, Vunduzi e Tasaronda encontram-se encerradas devido ao conflito armado naquelas regiões.
As autoridades distritais da saúde, no final de cada mês, têm enviado brigadas móveis para as zonas, com vista a garantir assistência aos pacientes que se encontram em estado grave, conforme revelou a médica-chefe distrital, Neusa Joel.